Envolvidos em mortes por engano começam a depor nesta semana
Sessão está marcada para a próxima quarta-feira (31), na sala de audiências da 2ª Vara do Tribunal do Júri
Os cinco envolvidos na morte por engano de dois adolescentes de 13 anos, no dia 3 de maio, na Rua Flor de Maio, no Jardim das Hortênsias, em Campo Grande, começam a ser ouvido na próxima quarta-feira (31).
João Vitor de Souza Mendes, Nicollas Inácio Souza, Rafael Mendes de Souza, Kleverton Bibiano Apolinário da Silva e George Edilton Dantas Gomes são acusados pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio.
A audiência de instrução marcada para as 13h30 será presidida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, na sala de audiências da 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum. Além dos acusados, Pedro Henrique Silva Rodrigues, 19 anos, o verdadeiro alvo do grupo criminoso também foi intimado para ser ouvido. Ele foi arrolado no processo pelo Ministério Público e iria depor como testemunha de acusação.
João Vitor foi apontado como responsável por atirar nos adolescentes, Rafael guardava a motocicleta usada no crime em casa. Nicollas pilotava a moto. George é o motorista de aplicativo que ajudou a dupla a fugir; e Kleverton, presidiário identificado como dono da arma e mandante do atentado.
Em depoimento à polícia, Rafael disse que João Vitor e Nicollas, antes de cometer o crime, foram em sua residência armados e disseram que iriam "fazer um frango", se referindo a matar alguém. Segundo ele, não quis saber quem era e só recebeu os dois em casa porque foi ameaçado.
Na sequência, os dois retornaram para a residência de Rafael falando que haviam "matado uns ai" e que um motorista de aplicativo de confiança iriam buscá-los. Cerca de 1 minuto depois, George apareceu no local, ficando claro, conforme a polícia, que ele já estava ali por perto esperando os dois.
Rafael contou ainda que durante o trajeto, o motorista conversava com os João Vitor e Nicollas abertamente sobre a prática do homicídio, "deixando evidente que ele estava envolvido", conforme o inquérito policial. Na ocasião em que George foi preso, o advogado de defesa disse que ele não tinha nada a ver com o crime.
Morte por engano - De acordo com o boletim de ocorrência, a perícia encontrou 14 capsulas de munição 9 milímetros onde os adolescentes foram assassinados. A Polícia Militar foi acionada por volta das 22h30, para atender a ocorrência de homicídio por disparo de arma de fogo.
Testemunhas disseram para os policiais que os jovens haviam sido alvejados por engano, após dois homens em uma moto preta passarem atirando contra um rapaz, identificado como Pedro, que estava vendendo droga na esquina da casa onde as vítimas estavam sentadas. Ainda conforme testemunhas disseram para os policiais, o alvo dos bandidos correu em direção aos adolescentes para tentar fugir. Os disparos foram efetuados pelo garupa da moto.
A menina foi atingida no rosto, pescoço e braço. Já o garoto foi morto com tiro no tórax. Um dos tiros acertou o portão de uma casa que está desocupada. As vítimas foram socorridas por equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e Corpo de Bombeiros, mas não resistiram aos ferimentos.
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