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Capital

Detalhe complica motorista de aplicativo em investigação sobre mortes por engano

Dois adolescentes foram assassinados no Jardim das Hortênsias, no dia 3 deste mês

Por Viviane Oliveira | 29/05/2024 11:48
Sangue de uma das vítimas em varanda de casa (Foto: reprodução / processo)
Sangue de uma das vítimas em varanda de casa (Foto: reprodução / processo)

Um detalhe complica o motorista de aplicativo George Edilton Dantas Gomes, de 40 anos, acusado de participação na morte por engano de dois adolescentes, ambos de 13 anos. Investigação mostrou que apenas 1 minuto após o crime ele já estava no local dos assassinatos o que indica que foi contratado para dar fuga a João Vitor de Souza Mendes, de 19 anos, e Nicollas Inácio Souza, de 18 anos. “Ficando claro que já estava ali por perto aguardando os dois”, segundo a polícia.

O duplo homicídio aconteceu no Jardim das Hortênsias, em Campo Grande, na Rua Flor de Maio, no dia 3 deste mês. Além dos três citados acima, são acusados pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio Rafael Mendes de Souza e Kleverton Bibiano Apolinário da Silva.

João Vitor foi apontado como responsável por atirar nos adolescentes, Rafael guardava a motocicleta usada no crime em casa. Nicollas pilotava a moto. George é o motorista de aplicativo que ajudou a dupla a fugir; e Kleverton, presidiário identificado como dono da arma e mandante do atentado.

Projéteis espalhados pela rua onde os dois adolescentes foram mortos por engano (Foto: reprodução / processo)
Projéteis espalhados pela rua onde os dois adolescentes foram mortos por engano (Foto: reprodução / processo)

Em depoimento à polícia, Rafael disse que João Vitor e Nicollas, antes de cometer o crime, foram em sua residência armados e disseram que iriam "fazer um frango", se referindo a matar alguém. Segundo ele, não quis saber quem era e só recebeu os dois em casa porque foi ameaçado.

Na sequência, os dois retornaram para a residência de Rafael falando que haviam "matado uns ai" e que um motorista de aplicativo de confiança iriam buscá-los. Cerca de 1 minuto depois, George apareceu no local, ficando claro, conforme a polícia, que ele já estava ali por perto esperando os dois.

Rafael contou ainda que durante o trajeto, o motorista conversava com os João Vitor e Nicollas abertamente sobre a prática do homicídio, "deixando evidente que ele estava envolvido", conforme o inquérito policial. Na ocasião em que George foi preso, o advogado de defesa disse que ele não tinha nada a ver com o crime. As testemunhas e os acusados pelo duplo homicídio começarão a ser ouvidos pela Justiça, a partir do dia 31 de julho.

Local onde o grupo de adolescentes se reuniam (Foto: arquivo / processo) 
Local onde o grupo de adolescentes se reuniam (Foto: arquivo / processo)

Morte por engano - De acordo com o boletim de ocorrência, a perícia encontrou 14 capsulas de munição 9 milímetros onde os adolescentes foram assassinados. A Polícia Militar foi acionada por volta das 22h30, para atender a ocorrência de homicídio por disparo de arma de fogo.

Testemunhas disseram para os policiais que os jovens haviam sido alvejados por engano, após dois homens em uma moto preta passarem atirando contra um rapaz, identificado como Pedro, que estava vendendo droga na esquina da casa onde as vítimas estavam sentadas. Ainda conforme testemunhas disseram para os policiais, o alvo dos bandidos correu em direção aos adolescentes para tentar fugir. Os disparos foram efetuados pelo garupa da moto.

A menina foi atingida no rosto, pescoço e braço. Já o garoto foi morto com tiro no tórax. Um dos tiros acertou o portão de uma casa que está desocupada. As vítimas foram socorridas por equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e Corpo de Bombeiros, mas não resistiram aos ferimentos.

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