Escola ensina repelente natural e armadilha para mosquito da dengue na Capital
Ideia é que isso também ajude crianças e adolescentes a "educarem" os adultos
É quase como uma feira de ciências, mas direcionada a expor o que combate a dengue, o "Dia D" realizado nesta manhã (10) na Escola Estadual Maria Eliza Bocayúva Corrêa da Costa, que fica na Vila Margarida, em Campo Grande.
Nas mesas montadas no pátio, tem desde repelente natural contra o Aedes aegypti, que transmite o vírus que causa a doença, até armadilha feita com garrafa pet.
“Nós fizemos dois tipos de repelentes para poder diminuir a quantidade de casos e ajudar as pessoas. Eles levam citronela, cravo da índia e anis. Usamos álcool de cereais e também o óleo mineral próprio para cosméticos para poder extrair as substâncias e ter mais eficácia", conta o aluno do 1º ano do Ensino Médio da escola, Luiz Otavio Santana, de 15 anos. O repelente está sendo distribuído entre quem participa do "Dia D".
Rebeca Martins, de 17 anos, está no 3° ano Ensino Médio e explica como é feita armadilha. "Nós cortamos a garrafa ao meio, dobramos e deixamos a 'boca' dela virada para baixo, junto a um tule bem fininho. Colocamos algum alimento na parte de baixo, que aqui foi ração [para pet], e enchemos a garrafa com água".
Ela continua, sobre o método. "O mosquito vai ver a água parada, vai aproveitar para deixar seus ovos e esses ovos vão descer para o fundo da garrafa pet. Quando eclodirem, as larvas não vão conseguir passar para a parte de cima e aí é a hora de exterminar essa larva, com água sanitária”, detalha a aluna.
Até os lixos recolhidos no entorno da instituição pelos estudantes são expostos, para conscientizar contra a propagação da dengue.
Atividades assim foram levadas para dentro de todas as escolas estaduais de Mato Grosso do Sul durante o mês de março, por meio da campanha "Escola Livre da Dengue - Todos Contra o Mosquito", coordenada pela SED (Secretaria Estadual de Educação) e a SES (Secretaria Estadual de Saúde). A ação também usa o slogan "É o fim da picada", se referindo ao mosquito.
Educação complementar - O técnico em educação ambiental da SED, Douglas Alencar, explica que a proposta pedagógica foi envolver estudantes de todas as etapas de ensino, professores e suas disciplinas.
"A equipe pegagógica da SED construiu um orientativo para as ações acontecem dentro do tema contemporâneo de educação ambiental, mas alunos também podiam trazer de casa para escola o que queriam discutir", diz.
A técnica em endemias da SES, Jéssica Klener, acrescenta que a ação quer causar reflexos em toda a comunidade.
"A escola funciona como uma ponte, então, tem papel fundamental essa ação entre aluno e comunidade. Muitas vezes, os agentes de saúde não conseguem acessar as casas e esse trabalho acaba servindo para as crianças e adolescentes 'educarem' os pais", finaliza.
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