Escola pública abandonada vira ameaça de dengue para moradores
Desativado há cerca de um ano e meio, o Colégio Estadual Recolhidas Álvaro M. Neto se transformou em ameaça de dengue para os moradores do bairro Taveirópolis, em Campo Grande, em meio à epidemia de dengue que a cidade enfrenta. O cenário do prédio onde funcionava a escola é de completo abandono, com mato alto, água parada, lixo, depredação, drogas e muito entulho.
Mas o que mais chama a atenção no colégio é o telhado, onde existem galerias que formam verdadeiras piscinas de água parada, nas quais o lodo toma conta e também há larvas de mosquito.
Por causa das piscinas formadas na laje do colégio, ocorreu infiltração no teto e as salas do prédio estão alagadas, com poças de água parada. Onde funcionavam os banheiros, os vasos sanitários viraram depósito de fezes, urina, vômito e muita sujeira.
O lixo toma conta de todo o colégio desativado. Nas salas foram encontrados cachimbos de drogas e outros vestígios de que o local é frequentado por dependentes químicos e moradores de rua.
Morando a poucos metros da escola, a dona de casa Aparecida Pereira, 77 anos, conta que tem medo do que essa sujeira toda pode trazer aos moradores do bairro. “Meu maior medo é a dengue, que eu já peguei em 2010 e sei que se pegar de novo é mais complicado”, comenta a idosa.
A preocupação é tanta, que ela afirma que neste final de semana juntou dois sacos plásticos com lixos que estavam na rua. “Peguei até o que não estava em frente à minha casa, que não era obrigação minha”, conta.
Outro morador do Taveirópolis, o aposentado Herculano Mariano Nunes, de 63 anos, conta que o local se transformou em “criadouro de mosquito e abrigo para malandro”.
O aposentado denuncia que no prédio abandonado já houve até animal morto. “É uma nojeira, mas também os populares são muito relaxados, joga lixo lá e não se preocupa com a saúde”, comenta.
Segundo o morador, a prefeitura fez a limpeza na lateral do colégio há quatro meses. “E para ajudar, o fumacê só passou aqui perto apenas uma vez este ano, com toda esta situação”, reclama.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação, a limpeza do prédio do colégio está programada para esta semana.