Estudo revela déficit habitacional de 35 mil moradias em Campo Grande
Prefeitura vai entregar 10 mil imóveis nos próximos anos em quatro regiões
Um estudo realizado no ano passado a pedido da Prefeitura Municipal de Campo Grande revelou que a Capital tem um déficit habitacional de 35 mil moradias. Deste total, 50% se enquadra em famílias com renda de até três salários mínimos, R$ 1,6 mil. A outra metade é dividida entre quem recebe de três a seis e de seis a 10 salários mínimos.
Segundo o secretário municipal de Habitação, Paulo Matos, apesar do estudo da Fundação João Pinheiro revelar um déficit de 35 mil moradias, a EMHA (Agência Municipal de Habitação) tem registrado 70 mil pessoas no cadastro de procuras por casas na facha de renda de até seis salários mínimos, quando o certo seria de 17,5 mil famílias.
A explicação para um número superior é de que outras pessoas de uma mesma família fazem o cadastro e só é excluído após a entrega dos imóveis. Não é possível dizer a renda dos 70 mil inscritos, pois as informações só são confirmadas quando é solicitada a documentação para assinatura dos contratos.
Matos explica que se cruzar o déficit com o número de habitantes na Capital, que chega perto de 800 mil, segundo a última estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o percentual fica inferior a 4%, em um dos menores índices do Brasil.
Paulo ressalta que do déficit de 35 mil moradias, a Prefeitura só é responsável pela renda de até seis salários mínimos. O restante refere-se a famílias que vivem de aluguel, mas possuem renda superior ao que é de responsabilidade da Prefeitura.
A previsão é de que o prefeito Nelson Trad Filho entregue mais de seis mil imóveis ainda em 2012. Deste total, 1.791 já estão em fase final de execução. Outras quatro mil moradias serão iniciadas, mas devem ser entregues pelo novo prefeito a partir de 2013. As 10 mil residências a serem entregues serão distribuídas na região do Anhanduizinho, Lagoa, Bandeira e Segredo. Só no bairro Santa Emília serão entregues 2.460 imóveis.
Na manhã desta segunda-feira o secretário de Habitação participou da entrega de 96 imóveis no bairro Centro Oeste. As casas são destinadas a quem recebe entre três e seis salários mínimos e foram construídas por meio da urbanização consorciada. Neste caso, as empresas recebem desconto de 50% no ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) para a construção, mas são responsáveis pela pavimentação, acesso e até construção de escola nos empreendimentos. Para a construção de residências destinadas a quem tem renda de até três salários mínimos, o desconto no ISSQN é de 100%.
“É uma parceria inteligente. Gera emprego e desenvolvimento, garantindo o sonho da casa própria. Uma somatória de ações para reduzir o número de pessoas sem moradia”.
A instrutora de cursos, Cláudia Resende, é uma das proprietárias que pegou a chave do imóvel nesta segunda-feira. Ela conta que vai morar com a mãe no local. A primeira casa própria da família é a realização de um sonho: “Um lugar abençoado por Deus. Obrigado por vocês estarem aqui registrando a realização do nosso sonho. Estamos conquistando juntos um novo projeto para nossa vida”. Cláudia vai pagar a casa de R$ 80 mil em 300 meses. A parcela inicial é de R$ 500, mas o valor vai caindo de tempo em tempo. A proprietária recebeu R$ 15 mil de subsídio do Governo Federal, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida.