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Capital

Ex-comandante da PM e sobrinho do “Rei da Fronteira” viram réus por agiotagem

No flagrante, empresário era pressionado a entregar caminhonete em cobrança de dívida

Aline dos Santos | 07/02/2022 08:15
José Ivan, Reginaldo e Patrick Samuel passam a ser réus por extorsão e agiotagem.
José Ivan, Reginaldo e Patrick Samuel passam a ser réus por extorsão e agiotagem.

A 3ª Vara Criminal de Campo Grande recebeu a denúncia de extorsão e agiotagem contra o coronel aposentado José Ivan de Almeida (ex-comandante da Polícia Militar e ex-deputado estadual), o arquiteto Patrick Samuel Georges Issa (sobrinho de Fahd Jamil, o “Rei da Fronteira”) e o ex-policial civil Reginaldo Freitas Rodrigues. Desta forma, os três passam a ser réus.

A decisão da juíza Eucélia Moreira Cassal foi anexada ao processo na manhã do último sábado (dia 5). A magistrada determinou prazo de dez dias para que os réus apresentem defesa.

O coronel Ivan foi denunciado por usura, nome do crime de agiotagem (cobrar juros superiores ao limite legal, com agravante de ser cometida por militar), extorsão (constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica) e posse irregular de arma de fogo de uso permitido.

A denúncia contra Patrick Samuel Georges Issa também foi por agiotagem, extorsão e posse irregular de arma. Reginaldo Freitas Rodrigues restou sendo denunciado por agiotagem e extorsão.

Em 26 de maio do ano passado, Reginaldo e coronel Ivan foram presos no portão da casa de um empresário, no Bairro Amambaí, em Campo Grande. O homem denunciou ser vítima de extorsão e que a dupla atuava em nome de Patrick Samuel Georges Issa.

A ação foi acompanhada à distância por policiais. A vítima, um engenheiro de 46 anos, era forçada a entregar a caminhonete que estava na garagem para os “cobradores”.

Na sequência, Patrick Issa foi preso em seu escritório no Bairro Chácara Cachoeira.

As vítimas, que são sócias em empresa do ramo de hidráulica, relatam que a dívida de R$ 80 mil saltou para R$ 281 mil, além de já terem pago R$ 150 mil. Os três réus negam os crimes.

“O recebimento da denúncia é ato protocolar no processo penal, sendo certo que a decisão efetiva é a da sentença. A defesa demonstrará que a denúncia é improcedente e isso será reconhecido ao final”, afirma o advogado Ronaldo Franco, que atua na defesa do coronel Ivan.

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