Ex-PM que matou um e feriu quatro durante festa de ano novo é inocentado
Sete anos depois do caso, Samuel Araújo de Lima e a irmã dele foram absolvidos do homicídio
Após sete anos da confusão que matou o pedreiro Wilson Meaurio e feriu quatro pessoas da família dele, o ex-policial militar Samuel Araújo de Lima, e a irmã Sueili Araújo Lima, foram julgados e absolvidos nesta quinta-feira (2). O crime aconteceu na noite de Ano Novo de 2012, no Bairro Pioneiros.
O julgamento dos irmãos foi realizado nesta manhã no plenário do Tribunal do Júri. Enquanto o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pedia a condenação por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima – e outras quatro tentativas de homicídio, a defesa alegava legítima defesa putativa (quando o autor pressupõe que está em risco e age para se defender).
Após ouvir os depoimentos, a promotoria e a defesa, o conselho de sentença votou pela absolvição de Samuel do assassinato do pedreiro. Os jurados ainda entenderam que as outras quatro vítimas não sofreram tentativa de homicídio e desclassificação para lesão corporal – duas delas leves e duas graves. Sueili foi inocentada de todos os crimes.
“Os jurados fizeram a justiça do processo. No processo continha elementos que sustentavam a absolvição pelo homicídio e a desclassificação para lesão corporal”, afirmou o advogado Ronaldo de Souza Franco, responsável pela defesa do ex-policial militar. O defensor lembrou ainda que antes dos disparos, Samuel foi agredido e quase morto pelas vítimas.
Agora o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, vai analisar os crimes de lesão corporal e definir a pena para o ex-policial.
Entenda – Desde a época do crime a defesa de Samuel afirma que na noite do crime ele estava indo para a casa da noiva, na rua Padre Damião, mas ao reduzir a velocidade do veículo foi cercado por um grupo de pessoas que começaram a bater com paus e tijolos no capô do veículo.
Assustado, saiu do veículo e foi agredido com um pedaço de madeira por outro grupo de jovens. Todos os agressores, de acordo com testemunhas, eram da mesma família e estavam em uma festa.
Samuel então acionou a irmã e ela, segundo contou, fez disparos para cima na rua. Na sequência, foi até a casa onde o grupo estava, mas lá foi recebido com agressões e disparos de arma de fogo. Em depoimento, o ex-policial contou que o pedreiro Wilson Meaurio fez menção de atirar contra ele e a irmã e por isso pegou a arma dela e fez os disparos.
Na confusão, Wilson Meaurio, de 41 anos, foi morto, a ex-mulher dele, Ionar Marília Monteiro Pereira, 37 anos, foi baleada, além de dois adolescentes, de 15 e 16 anos, e de uma criança de 10 anos.