Executada por presos, reforma de escola será 20 vezes mais barata
Economia com obras feitas por meio de projeto do Judiciário estadual já soma R$ 2 milhões
Presos que cumprem pena no regime semiaberto no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, em Campo Grande, começaram nesta semana a reforma da sexta escola pública por meio do programa Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade. A obra na Escola Estadual José Ferreira Barbosa, localizada no bairro Vila Bordon – região oeste de Campo Grande – custará R$ 19,8 mil.
Se o governo do Estado tivesse de licitar a reforma e contratar uma empresa privada, conforme divulgou a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, os serviços que serão executados no colégio não sairiam por menos de R$ 400 mil – valor 20 vezes superior ao orçado pelo programa. Se somadas as outras cinco obras em escolas já feitas por internos do semiaberto na Capital a economia chega a R$ 2 milhões, segundo o TJMS.
A obra, executada por 15 internos, começou nesta terça-feira (5) e a previsão é que seja concluída em 45 dias.
O projeto foi idealizado pelo juiz titular da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Albino Coimbra Neto. Pelo programa os materiais de construção são comprados com um fundo arrecadado pelo desconto de 10% do salário de cada preso da Capital que trabalha por convênios com o Poder Público e iniciativa privada, e a mão de obra utilizada é dos internos também.
Escola Estadual José Ferreira funciona desde 1967 na Vila Bordon. O prédio passou por alguns reparos em 2013, mas para atender os seus 543 alunos em seus três turnos de aula, precisava de uma reforma ampla e da construção de uma quadra de esportes.