Falta de luz e “buracão” que só aumenta continuam tirando paz de moradores
Em pontos diferentes do Bairro Universitário, áreas desabitadas atraem problemas
Na região do Bairro Universitário, em Campo Grande, área desabitada continua sendo problema para moradores. Não bastasse a descoberta de cemitério clandestino em terreno abandonado com acesso pela Rua Calda Aulete, na Vila Santo Eugênio, cratera provocada por erosão na Rua Ênio Cunha só aumenta.
O local já foi palco até de tentativa de homicídio, conforme noticiado pelo Campo Grande News no ano passado. O “buracão” virou depósito de lixo e esconderijo para criminosos, que aproveitam também o breu da falta de iluminação pública como refúgio.
A dona de casa Endyara Ortega, 28 anos, conta que teve a casa invadida por bandidos em fevereiro, mas está desesperançosa quanto a uma solução. “Não tem iluminação pública aqui na nossa rua, é perigoso. De dia, o pessoal aproveita para jogar lixo. Na escuridão total, o povo se esconde no buraco. A prefeitura arruma a rua com cascalho, na primeira chuva, desmorona tudo. Tinham que tampar esse buraco, asfaltar e colocar iluminação. É a única solução”.
Moradora da Ênio Cunha há 18 anos, a técnica em enfermagem Fernanda Valhejo, 34 anos, tira a renda extra de mercearia que abriu na frente de casa, mas conta que tem de atender os clientes de portas fechadas, com medo de assaltos. “É um problema sério. O pessoal vem de longe para jogar lixo aqui. Não tem luz e tem gente entra ali [na cratera] para usar droga. Tem muito assalto, meu filho já foi assaltado, minha casa, outras casas também e nós não vemos policiamento”.
Prova de que a vila virou local propício para roubos, foi o que aconteceu na noite desta segunda-feira (1º) com Ramão Renato Garcia, de 58 anos. A Rua Ênio Cunha dá acesso ao Bairro Rouxinóis, onde ele mora e o pintor voltava dirigindo um Voyage para casa, quando foi abordado por dupla em moto.
A professora Daniele Garcia, de 35 anos, contou que o pai estava tentando chegar a algum ponto mais movimentado do bairro para tentar pedir ajuda, mas ao se aproximar do "buracão", foi "fechado" pelos assaltantes. "Daí ele perdeu o controle da direção e caiu no fundo do buraco. Já os assaltantes fugiram ao ver que ele capotou", completa.
Área de desova – Em outro ponto na mesma região, terreno baldio foi eleito por criminosos para a desova de corpos. Na área de brejo, próximo ao Córrego Bálsamo, duas ossadas humanas foram encontradas após investigação da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), que começou em julho deste ano.