Faltam vagas em centros psiquiátricos na Capital e no interior de MS
Sem leitos suficientes em Campo Grande, pacientes do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) ainda esperam na fila para atendimento. Em Mato Grosso do Sul são disponibilizados 0,45 leitos por mil habitantes, sendo que a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda um a cada mil.
Atualmente em Campo Grande há cinco CAPS, dois adultos, um infantil, um especializado em álcool e drogas e um Caps 3, de urgência, emergência e leitos de internação. Com 192 leitos disponíveis, 160 no Hospital Nosso Lar, 20 na Santa Casa e 12 no Hospital Regional.
Conforme a psiquiatra do CAPS 3 Aero Rancho, Gislayne Budib Poleto, há um déficit de vagas na Capital, principalmente nas especialidades de álcool e drogas. “Nós temos esta dificuldade, pois somos corredores do tráfico. A situação é complicada”, admitiu.
Quem sofreu com isso a cuidadora de idosos, de 42 anos, que não pode ter a identidade revelada. Ela tentou conseguir uma vaga para o filho, 16, durante sete dias. O adolescente ficou internado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino.
“Foi uma tortura. É uma falta de respeito com a gente”, declarou. Ela contou que o filho ingeriu vodka, maconha e cocaína de uma vez, assim desencadeando um surto mental no adolescente.
Na noite do dia 9 deste mês, o adolescente conseguiu uma vaga no CAPS 3, mas a cuidadora de idosos afirmou que mais duas pessoas estavam na UPA esperando as vagas. “As mulheres chegam a esperar 12h por uma internação, já os homens, até quatro dias”, explicou Gislayne.
No Estado são realizadas 23 mil consultas psiquiátricas por mês. Há um déficit de 800 leitos, para todas as patologias, em Mato Grosso do Sul.