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Capital

Família de Carla protesta: “Não responder bom dia, não dá direito de me matar”

“Ele é insensível, frio e de alta periculosidade social”, diz advogado da família

Aline dos Santos e Geisy Garnes | 13/08/2021 08:12
Família de Carla protesta: “Não responder bom dia, não dá direito de me matar”
Em frente ao Fórum de Campo Grande, família de Carla pede justiça. (Foto: Henrique Kawaminami)

Uma frase curta, que estampa as costas da camiseta de familiares de Carla Santana Magalhães, expressa toda a revolta diante do bárbaro crime do qual ela foi vítima aos 25 anos. “Eu não responder ao seu bom dia, não te dá o direito de me matar! #justiçaporcarla”.

No peito, os familiares levam a foto da jovem. Lembranças da garota feliz, que saiu de casa em 30 de junho do ano passado para comprar café, mas foi sequestrada pelo vizinho, violentada, morta e abandonada dias depois em calçada no Bairro Tiradentes, onde morava.

Réu confesso e que vai julgamento nesta sexta-feira (dia 13), Marcos André Vilalba Carvalho, 22 anos, deu apenas uma “explicação” para tamanha violência: o fato de Carla não tê-lo cumprimentado durante encontro na rua de casa.

“Eu quero a condenação máxima. Isso não tem explicação. Não eram próximos, mesmo sendo vizinhos. Viemos todos juntos, porque a família está comigo desde o começo e vai até o fim. Vamos encerrar essa história juntos”, afirma Evanir Santana Magalhães, mãe de Carla.

Família de Carla protesta: “Não responder bom dia, não dá direito de me matar”
“Eu quero a condenação máxima. Isso não tem explicação", diz Evanir (à direita). (Foto: Henrique Kawaminami)

Foi pela mãe que a jovem gritou antes de desfalecer, vítima de um golpe mata leão. Nesta sexta-feira, Evanir foi ao Tribunal do Júri de Campo Grande, acompanhada por 15 familiares. A camiseta sobre o caso deve ser retirada para ingressar no prédio, posto que a Justiça proíbe protestos durante o julgamento.

“O Marcos ficou muito próximo da família durante as buscas. O que a gente espera é a Justiça dos homens, porque a Justiça de Deus, eu sei que será feita”, diz o empresário Diego Santana Rafael, primo da vítima.

Marcos André vai ser julgado por homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, estupro, vilipêndio e ocultação de cadáver.

Família de Carla protesta: “Não responder bom dia, não dá direito de me matar”
Assistente da acusação, o advogado José Belga Trad espera resultado exemplar. (Foto: Henrique Kawaminami)

Assistente da acusação, o advogado José Belga Trad destaca que espera que o resultado do júri seja exemplar. “Para que a sociedade não deixe acontecer novamente. Ele é insensível, frio e de alta periculosidade social. Se ganhar a liberdade, a chance dele voltar a praticar crime é muito grande. Isso fica claro no comportamento bizarro dele. Sequestrou, matou, estuprou, violou o corpo por três dias e só abandonou o corpo, porque começou a exalar odor”.

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