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Capital

"Foi um momento de besteira", diz réu por matar mecânico com 12 tiros em posto

Marcus Vinicius alegou que estava com muita raiva após, supostamente, Diego ter atirado em amigo durante festa

Dayene Paz e Bruna Marques | 19/04/2022 10:30
Marcus, de camisa branca, e Reginaldo, de preto, são julgados hoje. (Foto: Henrique Kawaminami)
Marcus, de camisa branca, e Reginaldo, de preto, são julgados hoje. (Foto: Henrique Kawaminami)

Marcus Vinicius Costa Ruiz, de 27 anos, um dos réus pelo assassinato do mecânico Diego Eufrásio da Silva, de 24 anos, afirmou que está arrependido do crime e agiu em um momento de raiva, pois acreditava que Diego teria matado seu amigo momentos antes em uma festa. Marcus e Reginaldo Luciano Cavalhero, 35, são julgados nesta terça-feira (19) por matar Diego com 12 tiros, em outubro de 2016, em Campo Grande.

Em seu depoimento, diante do juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete, Marcus Vinicius assumiu a autoria dos tiros, livrando Reginaldo da participação. Reginaldo foi apontado por uma testemunha como sendo "Paraguai".

Segundo Marcus, na data dos fatos, foi até a festa que ocorria em uma chácara, onde encontrou um amigo chamado Fabiano. Após alguns minutos, afirma ter ouvido barulho de tiro e encontrou Fabiano ferido. "Vi o Diego com a arma na mão, peguei a chave do carro do Fabiano e coloquei ele no carro. O Diego chegou apontando a arma na minha cara, foi quando o Paraguai chegou e perguntou o que tinha acontecido, oferecendo ajuda", alega.

Fabiano, de branco, enquanto eram transmitidas as imagens do dia do crime. (Foto: Henrique Kawaminami)
Fabiano, de branco, enquanto eram transmitidas as imagens do dia do crime. (Foto: Henrique Kawaminami)

Paraguai seria um amigo de longa data de Marcus Vinicius, que então aceitou a ajuda. Eles socorreram Fabiano, o levando até a Santa Casa e depois, foram atrás para, segundo Marcus, tirar satisfação com o Diego sobre o disparo. Paraguai foi dirigindo o carro de Fabiano, com Marcus no banco do passageiro. "Para mim, ele [Diego] tinha matado meu amigo, porque considerava um pai para mim [Fabiano], sempre me ajudou", afirma. "Estava com muita raiva, porque o Fabiano tomou um tiro de graça", complementou.

Marcus afirma que Paraguai estava armado e teria emprestado o revólver para que ele tirasse satisfação com Diego. "Procuramos, mas não encontramos, então o Paraguai pediu para levar ele embora no Jardim Aeroporto. No caminho, o Paraguai reconheceu o pessoal que estava na festa, inclusive o Diego".

Foi nesse momento que Marcus afirma ter descido do carro. Paraguai teria ficado dentro do veículo. "Desci, cheguei perto e ele [Diego] me reconheceu. Escutei um tiro, ele colocou a mão na cintura, então saquei a arma e atirei". Nesse momento, para o juiz, Marcus volta a falar que estava com muita raiva. "Cabeça quente, foi um momento de besteira, se pudesse voltar atrás e fazer tudo diferente, eu fazia".

Reginaldo nega envolvimento em confusão. Ele também é julgado nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)
Reginaldo nega envolvimento em confusão. Ele também é julgado nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)

O Ministério Público questionou sobre a arma e o vínculo com Paraguai. Marcus justificou que Paraguai seria um amigo e que em data anterior teria "salvado a pele" dele, por isso Paraguai teria ajudado. Mesmo constando, conforme perícia, que Diego foi atingido nas costas, Marcus nega. "Ele me viu e me reconheceu quando eu cheguei no posto".

Já o outro Réu, Reginaldo foi reconhecido como sendo o Paraguai. No entanto, ele nega envolvimento com o crime e afirma não ter esse apelido. "Eu estive na festa e aconteceu a confusão. Houve um disparo e como todo mundo foi embora na hora eu fiz o mesmo", afirma. "Pode estar me confundindo porque eu não tenho apelido de Paraguai, meu apelido de família é Regi".

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