“Sinto falta dele todo dia”, diz mãe em véspera de júri do mecânico assassinado
Diego Eufrásio da Silva, 24, morreu após ser atingido por 15 disparos de pistola
Quase seis anos após o mecânico Diego Eufrásio da Silva, 24, morrer após ser atingido com 12 tiros à queima-roupa, sua mãe, Josimara Fernandes da Silva, 49, ainda espera justiça.
“Espero que tenha justiça, né, no julgamento acabaram com minha vida, tomo remédio para acordar, tomo remédio para dormir, eu tomo remédio para dar risada, para tudo. Eles acabaram com nossa vida. Eu não acredito muito que tenha justiça, mas estou esperando para que tenha.”
Diego estava em um posto de combustíveis, no cruzamento da Avenida Duque de Caxias com a Rua Brasil Central, quando foi assassinado. Os réus são Reginaldo Luciano e Marcus Vinicius da Costa Ruiz, acusados de atirar em Diego por vingança, após uma briga em uma festa, onde supostamente a vítima teria atirado contra um amigo do autor dos disparos.
O julgamento estava previsto para 15 de fevereiro deste ano, mas teve que ser adiado após o réu Reginaldo Luciano testar positivo para covid-19. Agora, será realizado às 8h desta terça-feira (19).
As recordações ficaram para Josimara na estante da sala, onde as fotos de Diego ainda estão presentes ao lado da irmã, de uma antiga namorada, no dia do batismo. Na fala da aposentada, a impressão é de que seu filho ainda está vivo e que ele chegará em casa a qualquer momento.
As mãos se entrelaçam enquanto se lembra do costume de seu filho em buscar o neto na escola e o pé balança involuntariamente ao citar o nome dos acusados. “A vida da gente tá uma bagunça, sei lá. Parece que tudo dá errado. Porque quando eu tinha meu filho, ele ajudava a gente.”
Enquanto espera na Justiça a condenação de Marcus e Reginaldo, Josimara recebe processo da mãe do filho de Diego, que pede a pensão paterna do filho, atualmente com 12 anos. A avó, no entanto, diz não ter condições financeiras para tal.
“Acho que ele tem o direito dele, mas tive que ir no Fórum, falei que não tenho condições. Quando aconteceu tudo isso, meu marido e eu perdemos o emprego. Consegui encostar pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), porque eu faço acompanhamento psiquiátrico, mas meu marido só faz uns bicos, porque eu não posso ficar sozinha muito tempo. Aí, pode ter certeza que se eu não pagar a pensão, eu vou presa, mas eles que fizeram isso com meu filho, capaz de saírem ilesos”, lamentou.
A defesa justifica que Marcos e Fabiano pararam para falar com Diego e que o mecânico teria iniciado os disparos. Versão que Josimara contesta, já que no corpo do filho foram encontrados 12 tiros.
O caso - O mecânico havia saído de uma festa com os amigos e de acordo com informações de um primo dele, que se identificou apenas como Raul, Diego apresentou comportamento estranho e saiu várias vezes do local.
Pouco tempo depois de chegarem ao posto de combustíveis, por volta das 6h, um homem desceu de um Honda Civic e efetuou 20 disparos, 15 contra Diego. Outras três pessoas também foram atingidas e socorridas. Um deles foi baleado na perna.