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Capital

Folhas secas cobrem ruas, entopem bueiros, mas de quem é a obrigação de varrer?

Folhagem é tanta que há risco de entupir bocas de lobos, causar alagamentos e até acidentes

Natália Olliver e Mariely Barros | 30/06/2023 08:41
Funcionário tenta tirar folhas da frente de mecânica, na Rua General Camilo, bairro Taveirópolis (Foto: Alex Machado)
Funcionário tenta tirar folhas da frente de mecânica, na Rua General Camilo, bairro Taveirópolis (Foto: Alex Machado)

Apesar do outono-inverno ser sempre igual, o cenário que beira o romântico também causa transtornos aos moradores que não conseguem recolher tantas folhas da frente das casas e evitar que entupam as bocas de lobos, em Campo Grande, um dos casos de alagamentos quando chove. Diante da situação, haja saco de lixo para armazenar tanta folhagem e tentar resolver o problema.

Muitas pessoas se questionam sobre a responsabilidade pela manutenção das vias. O Campo Grande News entrou em contato com a prefeitura da Capital para esclarecer estas e outras questões.

O panorama é comum durante esta época do ano. Entretanto, a falta de manutenção tem sido questionada por moradores de bairros mais residenciais.

Sacos com folhas recolhidos em um dia em frente à oficina. (Foto: Alex Machado)
Sacos com folhas recolhidos em um dia em frente à oficina. (Foto: Alex Machado)

Em resposta, a gestão disse que compete aos donos dos imóveis manter as calçadas limpas e sem obstruções: “Conforme a Lei n. 2909, Código de Polícia Administrativa. "A varrição de calçadas é de responsabilidade dos proprietários de terrenos e/ou edificações”.

Já as ruas e meios-fios, a varrição é responsabilidade do poder público. Na Capital, a Solurb, concessionária responsável pela gestão da Limpeza Urbana e o Manejo de Resíduos Sólidos do Município, oferece o serviço de varrição, exclusivamente em locais públicos, sendo em ruas, avenidas, praças, parques e canteiros, nas regiões centrais da cidade.

“Os varredores varrem e coletam (folhas, secas, areias/terras, papéis, plásticos, etc.) e acondicionam os resíduos em sacos de lixo para posteriormente serem coletados por caminhões de coleta de resíduos de varrição. A frequência do serviço é aumentada durante esse período", informou.

"O problema é que, pelo menos na minha rua, ninguém da Solurb passa faz tempo, todo dia é uma chuva de folhas secas na rua, na frente de casa", reclama a moradora Cristina Lemos, moradora da Rua General Camilo, no Bairro Taveirópolis.

Mecânico Pedro Coreia mostra quantidade de folhas que recolhe diariamente (Foto: Alex Machado)
Mecânico Pedro Coreia mostra quantidade de folhas que recolhe diariamente (Foto: Alex Machado)

Vizinho,  o mecânico Pedro Coreia, de 56 anos, reforça que as folhas parecem infinitas: “Eu varro todo dia, mas não dou conta. Ontem tirei oito sacos pretos de lixo e hoje já tem mais oito. A carretinha está cheia. A gente não dá conta. O pessoal da prefeitura deveria vir pelo menos duas vezes na semana”. Conforme o morador, as árvores foram plantadas pela prefeitura. “Ontem, comprei 20 sacos de 100 litros, cada 10 sacos custa R$ 15, só de ontem pra hoje gastei R$ 30. Tem outros moradores que tentam manter, mas é difícil”, reclama.

Além do trabalho para juntar as folhas, a falta de cuidado com as plantas também causa transtornos com os galhos. “Eu tive que podar a árvore e colocar um refletor na frente da oficina, porque os galhos também tampam os postes de energia e eles não vêm nem fiscalizar, faz seis meses que não ninguém vem”, disse Pedro.

Walfrido de Assinto, 77 anos, também destaca que não há manutenção na rua há pelo menos seis meses. “Haja saco, é no mínimo uns três grandes só pra limpar na frente do meu portão, eu sou de idade e minha esposa também. A gente precisaria de muitos sacos para pegar tudo. As folhas estão aí entupindo tudo”, conta.

Para ele, esta é a época do ano mais crítica. “Entope todas as bocas de lobo e alaga as ruas quando chove. Eles também não estão vindo desentupir. Abandonaram os moradores”, finalizou.

Walfrido de Assinto também reclama da quantidade de folhas na Rua General Camilo (Foto: Alex Machado)
Walfrido de Assinto também reclama da quantidade de folhas na Rua General Camilo (Foto: Alex Machado)

Outro local - Na Rua da Amapolas, com a Rua Ouro Negro, no Bairro Piratininga, o cenário se repete. São quatro árvores da espécie de copas. O caminhoneiro Júlio César do Santos, de 61 anos, contou ao Campo Grande News que um motoqueiro chegou a se acidentar devido ao acúmulo de folhas próximas ao meio-fio.

“Na terça passada, um motoqueiro caiu porque foi parar no Pare e deslizou nas folhas. O menino tava bem, mas torceu o pé”. Ele acha que a prefeitura precisa ajudar: “Agora que a gente juntou as folhas queremos que a prefeitura venha ajudar a recolher porque a gente não dá conta”.

Júlio afirma que as árvores foram plantadas por antigos moradores do bairro e que muitas araras se alimentam das castanhas. “Não é do nosso interesse derrubar, de forma alguma, porque elas comem aqui. A gente só quer ajuda pra limpar. Os galhos também estão pegando nas fiações”, explica.

Júlio César aponta punhado de folhas acumuladas na Na Rua da Amapolas no bairro Piratininga (Foto: Alex Machado)
Júlio César aponta punhado de folhas acumuladas na Na Rua da Amapolas no bairro Piratininga (Foto: Alex Machado)

 

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