Funcionárias de Ceinfs que fizeram greve são demitidas, diz sindicato
Mesmo após garantia da prefeitura de que não sofreriam represálias, funcionárias dos Ceinfs (Centros de EducaçãoInfantil) da Capital que realizaram greve semana passada estariam sendo chamadas ao setor de Recursos Humanos da administração municipal para receberem aviso de demissão. A informação é da a presidente do Senalba/MS (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional), Maria Joana Barreto Pereira.
Ela conta que pelo menos cinco funcionárias, incluindo uma cozinheira do Ceinf da Vila Nhá Nhá, que atua há 16 anos na função, foram convocadas na manhã desta segunda-feira (18) a ir até o RH. Na tentativa de reverter o quadro, Maria Joana afirma que irá acompanhar as funcionárias e tentar uma conversa com o secretário municipal de Administração, Wilson do Prado. "Durante reunião semana passada ele garantiu que não haveria cortes. Elas estão desesperadas com a notícia, pois já sofreram muita pressão semana passada", ressalta.
Os funcionários dos Ceinfs de Campo Grande colocaram fim à greve deflagrada na última quinta-feira, que afetou mais de 10 mil crianças. A decisão de voltar ao trabalho foi tomada em assembleia, após alegarem pressão psicológica por parte de diretoras dos centros.
A categoria não conseguiu o reajuste de 9%, mas teve a redução da jornada e trabalho para 6 horas garantida, além de não terem os dias parados descontados. Na ocasião a presidente do sindicato disse que a administração municipal também havia se comprometido em não promover demissões. Os trabalhadores são contratados pela Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária), que têm convênio com a administração municipal para fornecer mão de obra.
Os funcionários trabalham nos 99 Ceinfs, 18 Cras (Centros de Referências de Assistência Social) e cinco Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Conforme o sindicato, são 15 mil alunos nos Ceinfs, enquanto a prefeitura informa atendimento a 13.800 crianças. O contrato com a Omep tem um custo mensal de R$ 2,8 milhões e com a Seleta, R$ 3 milhões.
O secretário Wilson do Prado foi procurado pelo Campo Grande News e disse que estava em reunião e só poderia atender as ligações "mais tarde".