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Capital

Funcionárias de terceirizada da prefeitura denunciam atraso no salário

Há dois meses empresa não paga os funcionários com justificativa de não ter repasses da prefeitura

Por Jéssica Fernandes | 25/01/2025 11:56
Funcionárias de terceirizada da prefeitura denunciam atraso no salário
Sede da empresa localizada na Rua Bahia, em Campo Grande. (Foto: Google Maps)

Funcionários que trabalham no sistema home care pela Abrace denunciam que estão há dois meses com o salário atrasado. A empresa de assistência em saúde domiciliar presta serviço para a Prefeitura de Campo Grande, que está há quatro meses sem fazer os repasses.

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Funcionários do sistema de home care pela Abrace estão enfrentando atrasos salariais de dois meses devido à falta de repasses da Prefeitura de Campo Grande, que não realiza os pagamentos há quatro meses. A situação se agrava, com relatos de dificuldades financeiras e até cortes de serviços essenciais, como energia elétrica. Apesar das dificuldades, muitos funcionários continuam a trabalhar para não deixar os pacientes sem assistência, embora outros tenham parado devido à falta de pagamento. A empresa e a prefeitura não responderam às solicitações da reportagem sobre a situação.

Técnica em enfermagem, Marlene Araújo Valente Soares, de 55 anos, relata que desde dezembro não recebe o salário e a situação está cada vez mais complicada. “Já faz dois meses e estamos perecendo, tem que pagar água, luz, internet”, diz.

Para os funcionários, conforme a técnica, a empresa alega que o pagamento está atrasado porque a prefeitura não tem cumprido com os repasses. “Eles falam que a quatro meses a prefeitura não faz repasse e não tem como eles pagarem”, conta.

Essa não é a primeira vez que funcionários procuram a reportagem para denunciar a empresa que desde 2019 mantém contrato com a prefeitura. A última denúncia foi feita em fevereiro de 2023 e na época o atraso no pagamento já havia completado dois meses.

Em casa, Marlene expõe que neste sábado o pouco que tinha de comida foi comprado graças a ajuda de um paciente. “Hoje eu tenho arroz, óleo, meio pacote de feijão. Eu comprei porque a família do paciente me deu, mas a partir de segunda-feira não vai ter como trabalhar, minha gasolina está acabando”, comenta.

Diferente de Marlene, outros funcionários já pararam de trabalhar atendendo pacientes. A técnica explica que só não faz a mesma coisa, pois não quer deixar as famílias sem auxílio. “A maioria parou de trabalhar. Eu continuo porque os pacientes e a família são gente boa comigo e eu fico com dó de abandonar”, declara.

Outra funcionária da empresa, que prefere não se identificar, também não conseguiu pagar as contas porque ainda não recebeu. “Tô sem receber um centavo. A empresa disse ontem que iria pagar, conversei pelo telefone e disseram que a prefeitura não passa o salário”, afirma.

Em casa, a luz já foi cortada pela concessionária e hoje ela terá que pegar dinheiro emprestado para poder pagar a conta. A técnica em enfermagem desabafa que o serviço de assistência é sério, custoso e mesmo assim não existe valorização. “É melhor fazer faxina do que home care. [...] Cuidar pacientes é coisa séria e a gente ganha muito pouco, é uma mixaria”, pontua.

A reportagem procurou a empresa através do canal disponível, mas não obteve retorno em nenhuma das ligações feitas nesta manhã. Uma pessoa indicada pelos funcionários como chefe de equipe também foi procurada, mas ninguém se manifestou até o fechamento desta matéria.

A Prefeitura de Campo Grande também foi procurada, porém não respondeu ao questionamento feito pela reportagem.

O espaço segue aberto.

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