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Capital

Gaeco reforça acusação contra policiais que foram libertados por falta de provas

Gil Emerson e Paulo César se aproveitavam da profissão para vender proteção e receber propina

Geisy Garnes | 01/08/2019 18:25
Fachada da delegacia de Aquidauana, onde os policiais eram lotados (Foto: Giselli Figueiredo)
Fachada da delegacia de Aquidauana, onde os policiais eram lotados (Foto: Giselli Figueiredo)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) divulgou nesta quinta-feira (1°) o balanço da Operação Balcão de Negócios, realizada no dia 8 de julho, e reforçou as provas contra os policiais civis Gil Emerson Vasconcelos Santana e Paulo César dos Reis, presos na ação e liberados nesta quarta-feira (31). Os dois respondem por corrupção.

Segundo a nota, as investigações começaram em fevereiro deste ano com foco na atuação do delegado Eder Oliveira Moraes, então titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana. Foi descoberto então que ele transformou a unidade policial em um balcão de negócios para enriquecer de forma ilícita.

Assim como ele, os investigadores Gil Emerson e Paulo César se aproveitavam da profissão para vender proteção e receber propina. Conforme o Gaeco, os dois policiais, por várias vezes, deram proteção ilegal a Edson da Silva Barro, dono de uma empresa do ramo de extração, beneficiamento e transporte de madeira. Em troca recebiam dinheiro do empresário.

Por conta disso, os dois tiveram a prisão preventiva decretada e são processados por corrupção, assim como Eder. O delegado e o investigador Gil também são processados em um esquema com os advogados Aires Batistas Vilalba e Mary Stella Martins de Oliveira.

Conforme o Gaeco, o delegado “convencia, pressionava e até intimidava” presos em flagrante para que contratassem advogados específicos. Em troca recebia parte do valor pago aos advogados. Ao logo da investigação, foram identificados 14 casos distintos, alguns feitos mais de uma vez.

O delegado e a advogada Mary Stella também participavam do tráfico de drogas na cidade. Eder dava proteção e ainda repassava informações sigilosas aos traficantes.

Além dos dois outras oito pessoas participavam do esquema - Sandra Ramona da Silva, Weslei de Almeida Velasco, Jonathan Roberson Silva de Oliveira Barbosa, Carlos Geraldo Pereira, Nei Ramão de Souza Alviço, Pedro Henrique de Carvalho, Lucas Wesley de Souza Santos e Geovanna dos Santos Giroto.

Durante as investigações, o Gaeco prendeu nove pessoas que com a proteção de Eder agiam livremente na região. Nelson da Silva Franco e Lucas Wesley de Souza Santos ainda respondem por tráfico de armas.

A Operação Balcão de Negócios cumpriu 16 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Campo Grande e Aquidauana. A ação também apreendeu 23 armas, documentos e diversas munições em uma casa. Parte das munições apreendidas de calibre 12 foi encontrada dentro do guarda-roupas de um dos alvos.

O delegado havia preso dias antes em um investigação da Corregedoria de Polícia Civil pelo furto de 100 quilos de cocaína de dentro da delegacia.

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