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Capital

Gastos altos e a baixa produtividade são riscos para Hospital Regional

Números foram apresentados durante audiência pública que discutiu possibilidade de terceirização

Liniker Ribeiro | 29/08/2019 18:29
Servidores e representantes da saúde no plenário da Assembleia Legislativa (Foto: Liniker Ribeiro)
Servidores e representantes da saúde no plenário da Assembleia Legislativa (Foto: Liniker Ribeiro)

A situação financeira e técnica do Hospital Regional de Campo Grande voltou a ser discutida, na tarde desta quinta-feira (29), em audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O encontro, realizado no plenário da Casa de Leis, atende ao pedido de servidores e representantes de sindicatos da saúde, contrários à intenção de terceirização do hospital. O diretor-presidente do HR, assim como o secretário estadual de saúde e deputados, participam da sessão.

Na justificativa do hospital, os gastos altos e a baixa produtividade, registrada atualmente, são pontos que precisam de mudança. De acordo com o diretor-presidente da unidade de saúde, Márcio Eduardo Pereira, os gastos mensais têm ultrapassado os R$ 30 milhões.

Os números detalhados foram apresentados em slide aos servidores, conforme relatório apresentado por equipe do Hospital Sírio Libanês, que veio a Campo Grande para levantar a realidade do HR. 

Mas as estatísticas não convenceram os funcionários. “Os dados não condizem com os que estão no portal da transparência, ele fala em mais de R$ 30 milhões e no portal aparecem cerca de R$ 22 milhões. Fora isso, o hospital tem vários números positivos, inclusive, produz mais que o estipulado no contrato”, afirma Ricardo Bueno, presidente do Conselho Estadual de Saúde.Segundo ele, o objetivo das discussões é reverter a intenção de terceirização.

O diretor do hospital, Márcio de Souza Pereira, reconheceu a necessidade de melhorias, tanto estruturais, como da realização dos serviços no dia a dia. Confirmou que hoje em dia existem pontos críticos, como desabastecimento – alimentos, insumos, medicamentos, órteses -, processos licitatórios desertos e limitação de recursos pela Sefaz, mas também possíveis práticas que podem ajudar a melhorar a situação. Por isso a defesa da terceirização.

O deputado estadual Pedro Kemp também questionou os pontos apresentados e demonstrou, mais um vez, preocupação com a intenção. “O grande temor que nós temos é de que esse discurso de que os gastos estão altos e a produtividade baixa seja a justificativa para a terceirização”, afirmou.

Para ele, se a administração do hospital passar para outra organização, os custos podem ficar ainda mais caros. “A empresa privada que vier não será para fazer caridade, também vai ter que lucrar. Se já estamos gastando muito hoje, amanhã pode ser ainda mais”, ressaltou.

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