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Capital

Greve deve atrasar fim do semestre na UFMS e atrapalhar matrículas do Sisu

Flávia Lima | 18/06/2015 10:48
Profissionais em greve da UFMS realizaram ato conjunto em protesto a falta de resposta do governo federal. (Foto:Marcelo Calazans)
Profissionais em greve da UFMS realizaram ato conjunto em protesto a falta de resposta do governo federal. (Foto:Marcelo Calazans)

Pelo menos 300 professores e técnicos em greve da UFMS realizaram na manhã desta quinta-feira, um ato unificado no corredor do CCHHS (Centro de Ciências Humanas e Sociais), que concentra a maior parte dos cursos da universidade para fazer uma avaliação do movimento e definir ações conjuntas a partir da próxima semana.

De acordo com o comando de greve das duas categorias, a paralisação deve influenciar no fechamento do semestre e na efetivação das matrículas dos aprovados no Sisu. Segundo o presidente da Adufms (Associação dos Docentes da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), José Carlos da Silva, os professores, incluindo os que não aderiram ao movimento, estão sendo orientados, em nível nacional, a não liberar as notas de provas no sistema da universidade, como forma de pressionar o governo federal a chamar para uma negociação.

“Mesmo quem não está na greve foi solidário com o pedido”, ressalta. O primeiro semestre do ano letivo tem previsão inicial de terminar até meados de julho, mas caso as notas não sejam lançadas, não será possível dar início ao próximo período de aulas, em agosto. De acordo com levantamento do sindicato, 50% dos docentes, incluindo os campi do interior, estão parados, o que representa cerca de 500 professores.

Nesta sexta-feira (19), a categoria fará um ato público a partir das 8h30 no cruzamento da rua 14 de Julho com a Barão do Rio Branco, no Centro da Capital.
Além do atraso no encerramento do semestre, os alunos que realizaram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e foram aprovados no Sisu, também deverão ter problemas para efetivar a matrícula presencial que acontece nesta sexta-feira, segunda (22) e terça-feira (23).

O motivo é que como a greve também atinge os técnicos da UFMS, a categoria implantou a escala de 30% de funcionários trabalhando, com isso é prevista uma lentidão no sistema para concretizar a matrícula. De acordo com um dos integrantes do comando de greve do Sista (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino de Mato Grosso do Sul), Marcio Saravi, pelo menos 250 alunos aprovados em cursos programados para ter início após as férias de julho, devem ser prejudicados.

Ele diz que a pró-reitoria vai convocar funcionários terceirizados e coordenadores de curso para efetivar as matrículas, porém é necessário abrir o sistema do Sisu, função que compete aos técnicos do núcleo de tecnologia da universidade, que estão em escala reduzida. “As matrículas serão feitas, mas haverá uma grande demora devido ao congestionamento”, ressalta Marcio.

O Sisu é o sistema informatizado do Ministério da Educação no qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Além das matrículas, o atendimento na biblioteca também está com horário restrito, já que está sendo mantido por servidores que tem cargo de coordenação.

HU – Ainda conforme o comando de greve do Sista, no HU (Hospital Universitário), ainda permanece o número de 50 leitos fechados desde a semana passada devido a greve dos técnicos da UFMS, que começou no final de maio. Segundo Adilson da Costa Oliveira, do comando de greve do Sista, as cirurgias eletivas já estão sendo canceladas e o movimento já atinge cerca de 50% da categoria em todo o Estado.

O fechamento dos leitos está obrigando as secretarias de saúde do Estado e município a fazerem um remanejamento, buscando vagas para internações em outros hospitais. As cirurgias eletivas também serão remarcadas.
Adilson revelou que em reunião esta semana, a direção do HU ressaltou que iria convocar 40 profissionais para suprir as deficiências do hospital. “Não sabemos de onde vem esses servidores, mas a direção deixou claro que essa decisão já vem de antes da greve”, destacou.

A assessoria do hospital não confirma a informação de que novos funcionários seriam convocados.
Mesmo entendendo as reivindicações dos professores, alguns alunos se preocupam com a continuidade do ano letivo, caso aconteça um atraso no fechamento do semestre. “Mesmo que os professores não lancem as notas, já haverá um atraso devido a paralisação dos técnicos do setor de informática”, diz o acadêmico do 3º ano de Engenharia Civil, Gabriel Garcia.

Ele a colega Caroline Montinho Faquetti, estudante do 3º ano de Física, se preocupam com a reposição das aulas. “Na última greve todo o conteúdo perdido foi espremido em um ano, com isso deixamos de ver muitos temas”, diz Caroline.

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