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Capital

Greve dos operários acaba em tumulto e PM é acionada para conter confusão

Luciana Brazil e Viviane Oliveira | 24/04/2014 09:49
PM foi chamada para conter confusão. (Fotos: Marcelo Victor)
PM foi chamada para conter confusão. (Fotos: Marcelo Victor)
Sindicalistas garantem que tumulto foi mal entendido.
Sindicalistas garantem que tumulto foi mal entendido.

A greve dos trabalhadores da construção civil terminou em confusão na manhã de hoje (24) no canteiro de obras do Residencial Morada do Parque, na Rua Desembargador Leão Neto do Carmo, no Parque dos Poderes, em Campo Grande. A PM (Polícia Militar) foi acionada, mas não houve quebra-quebra ou feridos. Segundo os sindicalistas, o tumulto começou com um mal entendido. Já o sindicato patronal alega que os funcionários da construção foram impedidos de trabalhar.

A greve começou ontem (23) e, de acordo com o Sintracom, hoje já são 20 mil trabalhadores parados. O diretor da empresa Maxi Incorporadora, construtora da obra, Jean Michel Marsala, afirmou que os representantes do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande) impediram a entrada dos operários no residencial utilizando fita zebrada e três seguranças.

“A greve até pode ser legítima, mas nós não queremos que eles impeçam o funcionário de entrar na obra. Ele tem direito de decidir se quer ou não trabalhar”, disse. Jean prometeu fazer um Boletim de Ocorrência.

O Sintracom rebate as acusações e garante que tudo não passou de um mal entendido. O sindicalista Walter Vieira dos Santos afirmou que os funcionários não foram impedidos de adentrar na obra, mas confirmou o uso da fita e a presença dos seguranças.

“Nós colocamos a fita e ficamos em frente ao portão da obra para orientar os trabalhadores a aderir a greve, era uma orientação. E os seguranças eram para defender a categoria da classe patronal. A confusão começou por causa de um mal entendido”, argumentou Walter.

Ao todo, Campo Grande tem cerca de 30 mil operários trabalhando em aproximadamente 400 obras em andamento. Por dia, o sindicato tem percorrido de 15 a 20 obras com o intuito de sensibilizar os funcionários a aderirem à greve.

O engenheiro responsável pela obra, Eduardo Carvalho, afirmou que eles foram obrigados a acionar a polícia por causa da confusão que se formou. “Quem quiser entrar tem que entrar. Não somos contra a greve, tanto é que quem aderiu a greve está aqui na frente”.

Conforme ele, 200 pessoas trabalham na construção, entre pedreiros e ajudantes. Na avaliação de Eduardo, muitos trabalhadores entraram no residencial e outra parte aderiu ao movimento sindicalista.

Lauro Azulmiro da Silva Filho, 31 anos, carpinteiro há a um ano no empreendimento conta que o engenheiro tentou atropelar os funcionários que estavam no portão e por isso começou a confusão. Segundo ele, as pessoas acabaram entrando na obra porque foram chantageados pelos patrões.

“Queremos uma aumento salarial digno. Eu estou há dois anos em uma empresa terceirizada e nunca tirei férias, eles não me pagam e não deixam eu tirar”, reclamou.

Proposta- O Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Mato Grosso do Sul) ofereceu reajuste de 5,39%. A categoria havia pedido aumento de 30%. Os operários alegam que a proposta cobre apenas o índice inflacionário. “Nós queremos aumento de ganho real”, disse o presidente do Sintracom, José Abelha.

O sindicato patronal alega que não houve uma contraproposta dos funcionários. Uma mesa de mediação foi realizada na tarde de terça-feira, mas não houve sucesso.

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