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Capital

Guerreiro é o melhor adjetivo para Yago, que finalmente deixou o hospital

Criança nasceu no fim de março, depois de ser mantida na barriga da mãe com morte cerebral por 2 meses

Marta Ferreira e Miriam Machado | 21/11/2017 11:30
Yago no colo do pai, a caminho de casa. (Fotos: Marcos Ermínio)
Yago no colo do pai, a caminho de casa. (Fotos: Marcos Ermínio)

Difícil não usar o lugar comum quando o assunto é o bebê Yago, que recebeu alta nesta manhã da Santa Casa de Campo Grande, após 7 meses e 21 dias do nascimento. “Ele é um guerreiro”, resumiu um dos médicos da equipe que cuidou da criança, o neonatologista Valter Peres da Silva, ao falar do ineditismo do caso e do quanto a criança teve de lutar para viver.

Yago nasceu de 27 semanas, da barriga de uma mãe em morte cerebral. De lá para cá, foi mantido em incubadora, da qual só saiu em agosto, e enfrentou várias batalhas pela vida. A mãe, Renata Souza Sodré, 22 anos, teve um AVC, quando estava com 4 meses de gravidez e a morte cerebral foi constatada. A equipe e a família decidiram manter Renata viva, ligada aos aparelhos, até que a criança tivesse condições de nascer, o que aconteceu no dia 30 de março. 

Nunca foi fácil para Yago. Ele passou por 3 cirurgias, uma de hérnia, uma no olho e outra cardíaca. Ficou na incubadora até ter condições de respirar sozinho e de se alimentar.

Ganhar peso foi outro desafio. Nasceu com um quilo e 34 centímetros e agora está com 3,5 quilos e 51 centímetros, o tamanho de um bebê recém nascido.

Torcida por Yago contagiou toda equipe do Hospital
Torcida por Yago contagiou toda equipe do Hospital

Virou xodó no hospital, em quase 10 meses de convivência, considerando o tempo de gestação. Na sua saída, o clima foi de emoção e estavam presentes a equipe de enfermagem e os três médicos que cuidaram tanto da mãe quanto do neném, a intensivista Patrícia Berg e os neonatologistas Valter Peres da Silva e Cláudia Peres.

Eles explicaram que o caso é o primeiro no Estado e definiram porque o adjetivo de guerreiro cabe tão bem: é altíssimo o índice de mortalidade de bebês nascidos com menos de 30 semanas, como o caso de Yago.

Daqui para frente

A partir de agora, o bebê terá que fazer visitas semanais ao hospital, até receber alta definitiva. Nos braços do pai, o entregador Eduardo Noronha, de 25 anos, um deles tatuado com o nome de Yago, a criança deixou o hospital rumo ao quarto que foi todo preparado para recebê-la. "Todos os dias foram de luta e ainda continuaremos lutando porque ele ainda é muito frágil", resumiu o pai, com a voz embargada. O choro foi inevitável.

"Foram dias de luta constante, dias de alegria, mas hoje é o dia mais feliz da minha vida", afirmou.

Ao lado, estava a avó materna, a diarista Adriana de Souza Ávalos, de 45 anos, que divide a tarefa de cuidar de Yago. Ela, por enquanto, vai deixar o trabalho para ficar com o neto. Da mãe, que deu a vida ao menino mesmo perto da morte, quer passar as coisas boas à criança. "Ele vai saber que ela era muito cuidadosa e carinhosa".

Alimentação

Conforme os médicos, a próxima “aventura” de Yago é conseguir tomar suco e papinha de frutas. Até lá, a alimentação é com um leite específico, o Aptamil Active. Yago vai para casa com um estoque de 15 latas, conseguidas pela equipe médica, por meio de uma vaquinha.

Essa quantidade dura 15 semanas. Depois, as doações serão bem recebidas, como alertaram os médicos.

Para doações, a família atende pelo 9312-2437 (pai de Yago) e 9296-3387 (avó).

Yago no carro, ao lado de flores recebidas pelos parentes.
Yago no carro, ao lado de flores recebidas pelos parentes.

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