Há 180 dias mãe espera por leite especial que custa mais de R$ 600 ao mês
Leite é fornecido pela Prefeitura e usado para complementar alimentação da pequena Marina

Falta leite especial no SUS (Sistema Único de Saúde), em Campo Grande, para bebês com APLV (alergia à proteína do leite de vaca). Há 6 meses a filha da universitária Samara Freitas Aurelian, de 21 anos, a pequena Marina Aureliano de Paula, de 1 ano e 6 meses, está sem receber o leite Pregomin, que pode chegar a custar R$ 190,00 a lata de 400g, e que é suficiente para cerca de 5 dias apenas.
Desde janeiro deste ano Samara tenta conseguir o leite pela Prefeitura, fornecido no CEM (Centro Especializado Municipal). A mãe procurou a Defensoria Pública para buscar uma solução para a questão. O juiz, então, deu um prazo de 15 dias para que o Município cumprisse a obrigação de entregar o alimento, mas esse prazo acabou no dia 20 de maio e até hoje o problema não foi solucionado.
Necessidade - Marina é prematura extrema, pois nasceu na 24ª semana de gestação. Praticamente desde que teve alta da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ela toma esse leite especial. Aos 4 meses de idade os pais de Marina descobriram a alergia.
“Em novembro eles deram latas equivalentes a 2 meses. Voltei em janeiro e não tinha (o leite). Fui voltando durante os dias e eles falavam que estavam em processo de compra, mas nunca chegou esse leite, até que começaram a só falar que não tinha previsão”, detalha a mãe.
A bebê mora com a mãe, o pai, os avós e uma irmã de Samara. As despesas na casa são partilhadas, mas o custo com o item ultrapassa R$ 600,00 por mês. “A cada dia fico pedindo para Deus multiplicar o leite, e também estou dando a quantidade mínima que posso. É um dinheiro que não temos e que muitas vezes é tirado das consultas médicas, fisioterapias, fonoterapias e etc”, detalha a mãe.
“Quando eu recebia o leite pelo CEM a gente se preocupava apenas com as fisioterapias, a terapia ocupacional, os médicos especialistas que a Marina, por ser prematura extrema, precisa ir. Agora, muitas vezes pedimos dinheiro emprestado no final do mês porque não temos da onde tirar para comprar uma lata de 400g em um valor tão caro”, afirma Samara.
A mãe ainda explica que o leite para a Marina ainda é importante porque ela só tem um ano de idade, então, apesar da introdução alimentar já ter acontecido há algum tempo, ela ainda faz uso do leite, que precisa ser próprio devido à alergia. “Até tentamos mudar o leite, mas não deu certo, ela desenvolve muitas bolinhas no corpo, assadura terrível, cólica e diarreia, então ela precisa desse leite”, compartilha.
O que diz a Prefeitura - Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) alega que “o suplemento está em processo de compra e a estimativa é de que em até 30 dias a dieta será novamente entregue.” A nota ainda afirma que “a Sesau possui um estoque estimado destes insumos sendo feito o pedido de compra de acordo com o número de pacientes atendidos, contudo, há a inserção de novos pacientes no sistema diariamente, o que também reflete na duração prevista do estoque das dietas.”