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Capital

Há 30 anos, Cristóvão “marca território” em cemitério para faturar no feriado

Cemitérios públicos devem receber de 15 a 20 mil pessoas no Dia de Finados

Por Natália Olliver e Antonio Bispo | 30/10/2023 09:59
Primeiro vendedor ambulante já está no Cemitério Santo Antônio para Dia de Finados (Henrique Kawaminami)
Primeiro vendedor ambulante já está no Cemitério Santo Antônio para Dia de Finados (Henrique Kawaminami)

Há 30 anos, todo mês de novembro é igual para Cristovão Ramão Gonçalves, de 50 anos. Ele é o primeiro vendedor ambulante a se instalar em frente ao Cemitério Municipal Santo Antônio, localizado na Vila Santa Dorotheia, em Campo Grande, para venda de flores no Dia de Finados (2). As plantas artificiais são carro-chefe do artesão que aproveita a data para aumentar a renda.

Ao Campo Grande News ele explica que tem “vantagem” por trabalhar com flores de plástico, assim não há necessidade de esperar o período certo para começar as vendas e não há risco de perder material, já que elas não murcham.

“Todo ano tem que ser melhor, temos que pensar positivo. Aqui as pessoas buscam flores, velas, coroas. Tem gente de outras cidades, Miranda, Aquidauana, que passam aqui. Elas já conhecem o material e levam.”

Cristovão Ramão Gonçalves vende flores artificiais há 30 anos (Foto:Henrique Kawaminami)
Cristovão Ramão Gonçalves vende flores artificiais há 30 anos (Foto:Henrique Kawaminami)

As plantas custam de R$ 5,00 a R$ 40,00, sendo esse último valor referente à coroa de flores, produto mais caro. Segundo o artesão, as homenagens em cores já foram todas vendidas. Outro desafio para Cristovão é o preço dos materiais. Este ano, ele precisará vender velas brancas a R$ 10,00 com o fósforo. Ano passado o mesmo produto custava R$ 8,00. “No ano passado, eu paguei R$ 97,00 na caixa, esse ano tá R$ 150,00 com 24 pacotes”.

A expectativa de público no Dia de Finados (2) é grande. Segundo Marcelo Fonseca, gestor dos cemitério municipais, são em torno de 15 a 20 mil pessoas que deverão passar pelo Cemitério Santo Amaro, no bairro Vila Santo Amaro; 10 mil no Cruzeiro/São Sebastião e 2 mil no Santo Antônio, localizado na Vila Santa Dorotheia.

“Cada ano que passa tem diminuído esse público, a pandemia deu uma diminuída drástica. Há quatro anos, eu acho que é uma tendência que vem, os mais jovens não têm esse costume. Isso tá sumindo.”

Barraca de flores do Cristovão no cemitério Santo Antônio, em Campo Grande (Foto:Henrique Kawaminami)
Barraca de flores do Cristovão no cemitério Santo Antônio, em Campo Grande (Foto:Henrique Kawaminami)

Movimentação - A reportagem esteve em cemitérios particulares como (Memorial Parque Campo Grande e Primavera) e nos outros dois municipais (Cruzeiro/São Sebastião e Santo Amaro), mas ainda não havia presença dos ambulantes.

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