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Capital

Homem executado ontem havia feito acordo em 2007 para colaborar com investigação

Fernando da Mata, Paula Maciulevicius e Aline dos Santos | 24/02/2012 10:37

Polícia vai pedir quebra de sigilos

O delegado Wellington, ao telefone na foto, vai pedir quebra de sigilos de homem executado. (Foto: Marlon Ganassin)
O delegado Wellington, ao telefone na foto, vai pedir quebra de sigilos de homem executado. (Foto: Marlon Ganassin)

A Polícia Civil vai pedir a quebra dos sigilos telefônico e bancário de Andrey Galileu Cunha, 31 anos, integrante de máfia de jogatina que foi assassinado a tiros na tarde de quinta-feira (23) em Campo Grande. Após ser preso, em 2007, Andrey Cunha aceitou um acordo com a Justiça, a chamada delação premiada, que prevê benefícios para criminosos que colaboram com as investigações. Por esse motivo, ele foi solto antes dos outros envolvidos na máfia do Xeque-Mate, segundo apurou o Campo Grande News.

Cunha era considerado testemunha chave do processo, que envolveu mais de 90 pessoas, entre elas o ex-deputado federal e ex-candidato à Prefeitura de Campo Grande Nilton César Servo, de quem é sobrinho. As apurações indicaram que ele uma espécie de gerente da quadrilha.

A Polícia Civil confirmou que essa informação está sendo apurada, mas não deu detalhes. Na Polícia Federal, responsável pela Xeque-Mate, a informação é de que o acordo de delação premiada se dá na esfera judicial.

O delegado informou que a quebra de sigilo telefônico e bancário tem como objetivo tentar descobrir informações sobre o caso, considerado muito complexo pelo titular da 1ª Delegacia, Welington Oliveira, que comanda as investigações.

“Ainda é muito recente para estabelecer uma linha de investigação. Foco agora é entender o que aconteceu”, relatou o delegado.

Além da quebra dos sigilos, Oliveira está em busca de testemunhas e de imagens de câmeras que possam ter flagrado a execução, que aconteceu na rua Rio Grande do Sul, Jardim dos Estados.

Andrey em uma de suas prisões, em 2008, quando cassino foi fechado.
Andrey em uma de suas prisões, em 2008, quando cassino foi fechado.

Cunha estava no banco do passageiro de um carro quando foi atingido pelos disparos. O condutor Pedro Lauro de Castro Gonçalves também foi baleado e está internado na Santa Casa, mas não corre risco de morte.

O delegado vai ouvir o motorista do veículo na Santa Casa ainda na manhã desta sexta-feira (24) para saber o que ele lembra do momento do crime e apontar possíveis pistas.

A Polícia Civil vai apurar também a origem dos dez tablets encontrados no carro e também o nível de parceria entre Cunha e Gonçalves.

A princípio, segundo Oliveira, o crime não teve ligação com a operação Xeque-Mate, que desmontou um esquema de exploração de caça-níqueis em 2007, e o alvo era só o Andrey. Não está descartada a hipótese da execução ter ligação com os antecedentes criminais da vítima.

Durante os trabalhos no local do crime, foi recuperada uma munição que estava no chão. Como cartuchos não foram encontrados, o projétil foi disparado de revólver.

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