ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 33º

Capital

Idoso com fratura no fêmur é um entre 85 na fila por vagas em hospitais

Fila para realização de procedimentos cirúrgicos com Autorização de Internação Hospitalar em ortopedia é de 452 (cirurgia eletiva) e 15 (urgência)

Guilherme Henri e Bruna Kaspary | 28/06/2018 10:18
José Avelino Clementino, 87 anos (Foto: Bruna Kaspary)
José Avelino Clementino, 87 anos (Foto: Bruna Kaspary)

A história é antiga e o problema recorrente: corredores de unidades de saúde abarrotados de pacientes à espera de vagas em hospitais igualmente lotados. Até a manhã desta quinta-feira (28), 132 aguardam vagas em hospitais da Capital. Deles, 85 são de Campo Grande e o restante é do interior do Estado, informou o coordenador de Urgência e Emergência do município, Yama Higa.

Além disso, conforme a Secretaria Municipal de Saúde, atualmente, a fila para realização de procedimentos cirúrgicos com Autorização de Internação Hospitalar em ortopedia é de 452 (cirurgia eletiva) e 15 (urgência). Também há 4.875 solicitações para consulta em todas as especialidades.

No aguardo, eles seguem internados em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento Comunitário) e CRS (Centros Regionais de Saúde).

Entre as muitas histórias que se encontra nestes corredores, está a de José Avelino Clementino, 87 anos, que espera há três dias uma vaga em hospital com o fêmur fraturado.

O idoso se feriu ao cair no banho e está desde a segunda-feira (26) na UPA Moreninha. O genro, Ricardo Arguelo considera a situação lamentável. “Ele [José Avelino] passou três dias na prancha com a perna direita imobilizada e uma faixa imobilizadora no quadril. Agora foi levado para o quarto. Porém, ainda não há vagas em hospitais. Devido a idade, meu genro precisa passar por cirurgia”, detalha o parente.

Corredor do Hospital Universitário em agosto do ano passado (Foto: João Paulo Gonçalves/ Arquivo)
Corredor do Hospital Universitário em agosto do ano passado (Foto: João Paulo Gonçalves/ Arquivo)

Segundo Ricardo, quem acompanha o paciente acaba sofrendo igual. “Estou com a mesma roupa desde segunda-feira. Não tenho nem o que comer”, diz o homem, que mora em assentamento e afirma ser de família humilde.

Nestas horas, quem está na mesma situação se solidariza e compartilha o pouco que tem. Ricardo recebeu comida de Deise dos Santos, 34 anos. A mulher também está na mesma unidade de saúde, mas para acompanhar a filha de 16 anos.

A menina se queixa de fortes dores devido a um nódulo no glúteo e conforme a mãe, também aguarda vaga em hospital. “De sexta a segunda-feira ficamos no ‘vai e volta’ aqui. Nestes dias minha filha foi medicada, porém acabávamos voltando quando a dor retornava. Só a internaram porque eu chorei para o médico. Agora dizem, que precisamos esperar vaga. Ela não consegue nem andar de tanta dor”, conta.

Saúde Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde, confirmou que ambos os pacientes ainda aguardam disponibilidade de vagas nos hospitais para serem transferidos. Porém, o caso de José Avelino é tratado com prioridade.

“A Central de Regulação está tentando dar maior celeridade no processo de transferência. Quanto a paciente Paola, ela deve passar por uma nova avaliação nesta manhã e, conforme a atualização, será definido o encaminhamento”, informa trecho de nota enviada.

Paciente a espera de leito no HU no ano passado(Foto: João Paulo Gonçalves/ Arquivo)
Paciente a espera de leito no HU no ano passado(Foto: João Paulo Gonçalves/ Arquivo)

De acordo com o coordenador de Urgência e Emergência do município, YamaHiga, o problema de superlotação é enfrentado desde o início desta administração municipal. E o que pode contribuir são as transferências de pacientes do interior para a Capital. “É difícil precisar a causa da superlotação. Porém, todos recebem classificação conforme o risco e são transferidos quando há liberação de vagas”, explica.

Vagas – Ainda conforme a secretaria, informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde mostram que no total Campo Grande conta com 159 leitos de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). No geral, a Santa Casa possuí 503 leitos hospitalares e o Hospital Regional pelo menos 200.

Das vagas em UTIs, 102 leitos são adulto. Deles 16 leitos estão no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian; 29 no Hospital Regional de Mato Grasso do Sul e quatro leitos no Hospital do Câncer Doutor Alfredo Abrão; na Santa Casa, são 57 leitos.

Já na pediatria são 23 leitos: cinco leitos no HU e oito no Hospital Regional; Na Santa Casa são 10 leitos.

Na UTI Neonatal são 34: 10 leitos na Maternidade Cândido Mariano, 6 no HU e 10 no Regional; na Santa Casa são oito leitos.

Nos siga no Google Notícias