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Capital

Imprensa livre é essencial para a democracia, diz constitucionalista

O advogado André Borges enviou texto se solidarizando com Lucimar Couto, dono do Campo Grande News

Anahi Zurutuza | 05/05/2017 18:28
Fabrício Freitas no momento em que esbravejava xingamentos e ofensas na frente do Campo Grande News (Foto: Willian Leite)
Fabrício Freitas no momento em que esbravejava xingamentos e ofensas na frente do Campo Grande News (Foto: Willian Leite)

O advogado constitucionalista campo-grandense André Borges também se solidarizou com o dono do Campo Grande News, Lucimar Couto, que sofreu ameaças na manhã desta sexta-feira (5).

O empresário e jornalista foi ameaçado de morte e agredido verbalmente por Fabrício Freitas, 41, proprietário da empresa Planeta ABC Soluções em Educação, suspeita de irregularidades em licitações investigadas na Operação Toque de Midas, da Polícia Federal.

Depois que o ataque foi noticiado, André Borges enviou e-mail para Lucimar Couto dizendo que lamenta e repudia o fato do jornalista ter sido vítima da agressão.

Na mensagem, o constitucionalista reflete sobre a situação. “O Brasil passa por um momento trágico: corrupção, desmandos, ilegalidades, ineficiências, etc. E agora partem para cima da imprensa, a quem cabe o papel (constitucional) de bem informar a população em geral, revelando (com coragem) fatos que precisam ser do conhecimento do público, especialmente quando dizem respeito à malversação de recursos públicos”.

Borges depois, em entrevista, fez questão de reforçar que “uma imprensa livre e protegida de qualquer tipo de violência é essencial para a manutenção do Estado democrático de direito”.

Agressão – Nesta sexta-feira, dois dias após notícias sobre a Operação Toque de Midas 2 serem publicadas pelo jornal, Freitas chegou à sede do Campo Grande News pedindo para falar com o diretor. Minutos depois foi atendido e, já na sala da diretoria, passou a ameaçar Lucimar Couto.

Aos berros, Freitas dizia repetidamente que pretendia matar o dono do jornal. “Vou meter uma bala na sua cara”, disse.

Foi quando ele partiu para cima do diretor e chegou a derrubar o computador da mesa, momento em que foi contido pelo gerente da empresa, Samuel Echeverria, e outros funcionários.

A PM (Polícia Militar) foi chamada e levou Freitas à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. O dono do jornal, o gerente e uma funcionária ferida foram à delegacia para prestar queixa.

A empresa de Freitas é suspeita, segundo a Polícia Federal, de integrar esquema para fraudar licitações de compras de livros didáticos e kits escolares à prefeitura de Paranhos, município 469 km ao sul de Campo Grande.

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