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Capital

Incidência de covid por 100 mil habitantes sobe de 479 para 1.629 em 1 mês

Em junho, quando os casos começaram a subir, a proporção era mais distante, 15 vezes menor que agora

Lucia Morel | 14/08/2020 06:55
Centro lotado em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Centro lotado em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Com o aumento gigantesco no número de casos de covid-19 em Campo Grande, a incidência da doença, obviamente, disparou. Hoje, de cada 100 mil habitantes da Capital, 1.630 já foram infectados. Em abril, essa taxa não chegava a 7, evidenciando o quanto o novo coronavírus já se alastrou entre a população.

Os números baseados em proporções de 100 mil habitantes servem para a comparação - entre cidades, estados e outros locais com diferentes tamanhos de população – justa dos dados reais de determinada localidade.

Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, a incidência de covid-19 na cidade de Bataguassu é quase duas vezes maior que na Capital. No entanto, a população de lá – 23.024 habitantes – é quase 40 vezes menor que a de Campo Grande, onde moram 895.982 pessoas.

Tal medida revela, então, que com a incidência maior em uma cidade menor, com menos moradores, o vírus está circulando mais e atingindo mais pessoas, proporcionalmente.

Arte: Ricardo Alves
Arte: Ricardo Alves

Segundo o médico infectologista Júlio Croda, pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) explica que saber a incidência da doença por 100 mil habitantes ajuda a identificar o tamanho da circulação do vírus e a apontar medidas para que haja redução de casos.

“Entender a incidência ajuda na comparação de diferentes cidades com diferentes tamanhos de população. Essa comparação fica mais fácil que o dado bruto, identificando onde a circulação está maior e onde está ocorrendo mais mortes”, explica.

Dessa forma, quanto maior for a taxa de incidência, maior a transmissão do vírus e maior é o número de pessoas infectadas, mostrando se o avanço é preocupante ou não.

Para o especialista, tais dados deveriam ainda balizar as medidas adotadas pelo Poder Público diante da doença, mas não é o que ocorre. Para Croda, a Prefeitura de Campo Grande deveria adotar lockdown para evitar a disseminação da doença, mais mortes e lotação em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Fonte: SES
Fonte: SES

Com isso, seria possível reduzir a velocidade de crescimento do contágio, já que o isolamento é a única arma que funciona efetivamente contra o novo coronavírus. Segundo Croda, a medida correta contra a covid-19 não é aumentar o número de leitos, mas reduzir a quantidade de infectados, até que a transmissão caia.

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