Indignação marca velório de segurança de casa noturna morto em briga com cliente
Jovem está preso por lesão corporal seguida de morte
Aos gritos por justiça, o segurança Jeferson Bruno Escobar, 23 anos, foi sepultado esta manhã no cemitério Santo Amaro, em Campo Grande. Ele morreu na madrugada de ontem, depois de lutar com o cliente da casa noturna em que trabalhava, na Avenida Afonso Pena. Christiano Luna de Almeida, 23 anos, está preso desde ontem por lesão corporal seguida de morte.
Nos vidros dos carros, a palavra de ordem foi a mesma: justiça. Familiares e amigos revoltados cobram punição rigorosa para Christiano.
Estudante de Direito, Christiano tinha antecedente criminal novamente por agressão e, desta vez, a briga resultou na morte do segurança, que nem chegou a ser levado a um hospital.
Jeferson morreu na calçada da casa noturna onde trabalhava há três meses. Ele e o também segurança Marcelo Lima da Silva, 32 anos, faziam serviços no pub desde a inauguração, há três meses.
Marcelo tentou socorrer o colega de trabalho, mas não foi possível. O funcionário da casa noturna conta que depois de fazer “brincadeiras” com garçons e algumas clientes que estavam no local, Christiano foi advertido por Jeferson.
Ele importunou os garçons pela terceira e, somente então, foi retirado do prédio por Jeferson.
Houve uma briga na calçada e Christiano, que é treinador de Jiu Jitsu, atingiu o segurança com o um soco no peito, segundo a Polícia.
Marcelo conta ainda que, com Jeferson caído no chão, Christiano imobilizou a vítima com o braço no pescoço e desferiu mais golpes, versão que será investigada em inquérito policial.
Christiano deixou o local e foi para a casa, no Bairro Chácara Cachoeira, área nobre de Campo Grande.
Foi na residência onde mora que acabou preso, porque testemunhas anotaram a placa do carro que ele usava.
Indignação - “Como uma pessoa que está cursando Direito, que conhece de leis, faz uma coisa desta”, diz o primo de Jeferson, Ivan José Paulo, 43 anos.
Assim como todos os familiares, Ivan questiona o histórico de Christino e lembra que Jeferson nunca teve antecedentes criminais e era um rapaz "batalhador".
Jeferson fazia “bico” como segurança para pagar um carro que havia comprado recentemente. Ele tinha o sonho de ser policial e estudava para concurso público na área.
“Vamos reivindicar. Queremos justiça”, completa a mãe da vítima, Edicelma.
Abalada, ela acompanhou o sepultamento esta manhã. Já o pai, João, se sentiu mal e não conseguiu fazer a última homenagem ao filho.
Torcidas - Integrantes das torcidas organizadas do Palmeiras e Comercial participaram esta manhã do sepultamento do segurança, que pertencia aos dois grupos.
Segundo familiares, ele foi enterrado com a camiseta do Comercial e o caixão coberto pela bandeira do Palmeiras.