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Capital

Índios deixam Funai, coronel 'assume' e promete ir às comunidades

Agenda de visitas será definida com lideranças

Anahi Zurutuza e Christiane Reis | 21/11/2016 15:17
Coronel conversou com representantes das comunidades indígenas de cinco etnias (Foto: Christiane Reis)
Coronel conversou com representantes das comunidades indígenas de cinco etnias (Foto: Christiane Reis)

Lideranças indígenas que ocupavam da Funai (Fundação Nacional do Índio) de Campo Grande começaram a deixar o prédio e o coronel reformado do Exército Renato Vidal Sant'Anna, que está no comando do órgão desde o dia 10, prometeu marcar visitas às comunidade indígenas de sete municípios para ouvir reivindicações. A agenda vai ser definida junto com lideranças.

As primeiras aldeias a receberem o dirigente devem ser as localizadas em Aquidauana – a 135 km de Campo Grande.

A Funai da Capital é responsável pelas demandas da terras tradicionalmente ocupadas pelas etnias Terena, Kadiwéu, Ofayé-Xavante, Kinikinawa e Guató localizadas nas cidades de Bonito, Brasilândia, Corumbá, Miranda e Sidrolândia, além de Aquidauana e Campo Grande. No total, são 13 comunidade assistidas.

“A gente já está no fim do ano, mas eu vou ver o plano que está em execução e a partir do ano que vem, vou preparar algo novo. Quero ouvir os caciques e conhecer as comunidades”, afirmou Sant'Anna durante a retomada do prédio nesta segunda-feira (21).

O coordenador-regional da Funai afirmou que a conversa com lideranças que ocupavam a sede do órgão na rua Maracaju nesta tarde foi amistosa. Não houve solenidade oficial de posse do novo chefe regional.

Ele acrescentou que seu trabalho será baseado ano diálogo e que entende a forma como foi feita a nomeação dele é que acabou gerando discórdia. “Enquanto eu tiver o apoio deles, vou conduzir o trabalho”.

Os indígenas que deixaram o prédio, na saída, ressaltaram que ainda não “engoliram” a exoneração Evair Borges da coordenadoria e a nomeação do coronel pelo presidente Michel Temer (PMDB) sem consulta prévia. “Queremos uma justificativa, saber o porquê da exoneração”, afirmou Maurílio Pacheco, um dos lideres da aldeia Água Branca, em Aquidauana.

Ao sair, ele disse ao coronel: “o senhor está na casa do índio”. Ele respondeu: “a partir de agora, é a nossa casa”.

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