"Inobservância de protocolo" cancela participação de policiais civis em desfile
Decisão foi do chefe da DGPC, Lupersio Degerone, por conta do risco de manifestação da categoria no evento
A participação da PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul) no desfile da Independência no Estado foi cancelada. Em Campo Grande, as viaturas já estavam posicionadas na Rua 13 de Maio quando os policiais foram informados da decisão de que os veículos deveriam retornar às respectivas bases. A medida foi tomada pelo delegado-geral da PCMS, Lupersio Degerone, por "risco de inobservância do protocolo de segurança", relacionado às manifestações da categoria.
A informação foi repassada pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira. Ele explicou ao Campo Grande News que, para participar de desfile cívico, é preciso seguir protocolos de segurança e que houve “risco de inobservância" dessas medidas, referindo-se à possível manifestação dos policiais civis, que estão em negociação com o governo.
Um dos indícios da quebra de protocolo era a orientação do Sinpol/MS (Sindicato dos Policiais Civis de MS) para que todos usassem máscaras faciais durante o desfile. Segundo Videira, a informação é que a proteção seria alusão ao auxílio-saúde reivindicado pela categoria.
“Seria a única instituição de máscara”, comentou o secretário. Por conta do alegado compromisso em observar os protocolos, de acordo com Videira, o delegado-geral determinou o cancelamento da participação.
O delegado-geral também afirmou à reportagem que o cancelamento foi por conta da possível quebra do protocolo de segurança. “Cabe ao gestor avaliar e optamos por suspender para que não houvesse possibilidade de problemas”, disse. “Seria até uma deselegância com organizador do evento”, diz. Degerone não entrou em detalhes quais seriam os riscos avaliados por ele.
O governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), disse que o cancelamento da participação da PCMS foi “decisão do comandante da unidade”, referindo-se ao delegado-geral da Polícia Civil.
Volta - Em Campo Grande, o aviso chegou por volta das 7h30. Cada viatura era ocupada por dois policiais e também havia previsão de participação de crianças uniformizadas, como também já ocorreu no desfile de 26 de agosto, alusivo ao aniversário da Capital. Esta foi a primeira vez que a categoria não participou do evento.
O delegado-geral disse que não houve problemas nos desfiles de Jardim e Ponta Porã. Em Dourados, a participação foi cancelada.
De acordo com o presidente do Sinpol/MS, Alexandre Barbosa, a ordem foi dada em outros municípios do Estado.
Segundo ele, durante o evento, sindicalistas iriam circular pelo público para fazer manifestação, conversando com espectadores para falar do protesto e as reivindicações da categoria.
Sobre o uso de máscara, disse que a orientação está relacionada à saúde dos participantes, por conta do tempo seco e fumaça que paira em Campo Grande, oriunda dos incêndios florestais.
Os policiais civis estão em negociação com o governo e querem reajuste de 28% no subsídio, para que o salário atinja a sexta posição no ranking nacional, aumento do auxílio-alimentação para R$ 800, implementação do auxílio-saúde equivalente ao dos delegados, plantões voluntários remunerados e adicional de fronteira.
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