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Capital

Intimados em investigação sobre procurador movimentam Gaeco

Ricardo Campos Jr. e Adriano Fernandes | 20/09/2016 14:14
Empresários e políticos intimados a depor chegam ao Gaeco (Foto: Adriano Fernandes)
Empresários e políticos intimados a depor chegam ao Gaeco (Foto: Adriano Fernandes)

A segunda fase da Operação Midas, que investiga lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e corrupção passiva e ativa, tendo como alvo principal André Scaff, procurador jurídico da Câmara Municipal de Campo Grande, deixa movimentada a sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) nesta terça-feira (20). Aos poucos, as 22 pessoas intimadas a depor durante a tarde chegam ao prédio.

O primeiro e único a se identificar para a imprensa foi Orlando Torres da Silva, que entrou no órgão pouco antes das 14h, horário que deveria ser ouvido. Um carro com três pessoas que também disseram ser testemunhas adentrou no local, nenhum deles disse o nome e tampouco deram entrevista.

Também é intensa a entrada de saída de advogados no local. Um deles é Benedicto Figueiredo, que representa o empresário João Alberto Krampe Amorim, acusado de comandar esquema de fraudes em licitações e de tramar a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP).

Esteve no local também Antônio Ferreira, que se identificou como advogado de André Scaff, pivô da operação. Ele disse que estava no local para buscar uma cópia da intimação e não quis falar mais detalhes sobre o caso.

Segundo informações apuradas pelo Campo Grande News, há pelo menos oito pessoas dentro do Gaeco esperando para serem ouvidas.

Na lista dos que vão depor estão os vereadores Flavio Cesar Mendes (PSBD) e Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB). Além do vereador cassado no fim do ano passado, Paulo Pedra (PDT), e dos empresários João Alberto Krampe Amorim, Carlos Gustavo Cardoso Coppola, Ricardo Schettini Figueiredo e João Abib Mansur.

João Amorim já é investigado nas operações Lama Asfáltica e CoffeeBreack. A primeira investiga a prática dos crimes de lavagem de dinheiro, inclusive decorrentes de desvio de recursos públicos federais e provenientes de corrupção passiva, com a utilização de mecanismos para ocultação de valores, como aquisição de bens em nome de terceiros e saques em espécie. A segunda apura associação criminosa e corrupção, para a cassação de Alcides Bernal, em 2014.

Pivô – O principal investigado é André Scaff, procurador jurídico da Câmara Municipal. A primeira fase da operação, realizada em maio, apontou a incompatibilidade dos bens que ele adquiriu com a renda mensal de servidor público.

Ele é suspeito de receber propina no valor de R$ 3 milhões, para aditar e renovar contratos de empresas prestadoras de serviços com a prefeitura, no período em que foi secretário de finanças, na gestão do então prefeito Gilmar Olarte.

Scaff e a esposa, Karina Ribeiro Mauro Scaff, foram presos durante a manhã e estão na sede do Gaeco. A defesa deles diz que o casal foi detido e levado ao local apenas para depor e nega o mandado de prisão.

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