Jovem escondeu da família que quase foi linchado na rua, revela amiga
Vídeo mostra grupo espancando jovem. Dezesseis dias depois tentativa de homicídio veio a público.
O jovem de 18 anos que foi espancado até desmaiar na Vila Jacy -no oeste de Campo Grande- não havia contado para a família que foi vítima da barbárie. Os pais só ficaram sabendo do ocorrido após a divulgação na internet do vídeo que contém as cenas da sessão de agressões e a publicação de matéria do Campo Grande News nesta terça-feira (4).
Nesta tarde, dezenas de amigos e parentes do rapaz, que só ficaram sabendo do ocorrido hoje, foram até a casa onde ele mora, no bairro Coophatrabalho –no noroeste de Campo Grande.
A família é humilde e todos estão horrorizados com o que aconteceu. “É um absurdo, está todo mundo muito assustado”, disse uma amiga do jovem ao sair da casa da vítima. Ela pediu para ter a identidade preservada.
Medo – O medo tomou conta da casa simples no bairro do noroeste da Capital, descreve a amiga. Nenhum dos familiares quis dar entrevista e muito menos o rapaz, que está abalado com a repercussão do caso.
“Ele não tinha contato sobre as agressões, acho que pra preservar a família. Ele disse que tinha brigado numa festa e só”, relatou a entrevistada.
Segundo a amiga, apesar do trauma, o rapaz continuou frequentando a escola. Ele é aluno do Ensino Médio de um colégio público da cidade.
Tentativa de homicídio – O ataque aconteceu no dia 18 de setembro, mas foi registrado pela polícia seis dias depois e só hoje o delegado Fabiano Nagata, da 1ª DP (Delegacia de Polícia) falou sobre a investigação de tentativa de homicídio, depois que o vídeo veio à tona em grupos de WhatsApp.
Dois agressores foram identificados: Jhonny Celestino Holsback Belluzzo, 19 anos, e Alessandro Ronaldo Mosca Junior, de 21.
Vítima e os suspeitos já foram ouvidos pela polícia. O rapaz que apanhou confessou ter urinado em uma das rodas do carro de um dos agressores e, em depoimento, disse acreditar que isso tenha motivado a ira do grupo que o espancou.
No vídeo, uma pessoa que assiste a confusão pede para que os comparsas parem de chutar e socar a vítima. Ela grita: “não mata ele, não”.