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Capital

Juiz ameaçou prender governador se não internasse Maníaco da Cruz

Aline dos Santos | 04/05/2013 12:15
Dionathan foi transferido ontem para a Santa Casa. (Foto: Marcos Ermínio)
Dionathan foi transferido ontem para a Santa Casa. (Foto: Marcos Ermínio)

O governador André Puccinelli (PMDB) e a secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, corriam risco de parar atrás das grades caso Dionathan Celestrino, o Maníaco da Cruz, não fosse transferido da delegacia para um hospital. A ordem judicial prevendo prisões foi dada pelo juiz da 1ª Vara Cível de Ponta Porã, Mauro Nering Kaloh.

“Foram consultados o Nosso Lar, o Hospital Universitário, o Hospital Regional. Mas todos alegaram não ter condições”, afirma o diretor-técnico da junta administrativa da Santa Casa de Campo Grande, Antônio Lastória.

O jovem de 21 anos, que ficou conhecido após assassinatos em série na cidade de Rio Brilhante, chegou às 19h15 de ontem à Santa Casa e não tem previsão de quando deixará o local. Para recepcioná-lo, foram tomadas medidas de segurança.

Ele está sozinho em uma enfermaria do 5º andar, onde, ao todo, caberia três pacientes. A janela basculante foi rebitada para impedir a abertura, somente homens farão o atendimento e todo procedimento é feito com a porta aberta, para que possa ser visualizado pelos três policiais militares responsáveis pela escolta.

Também foi colocado um biombo para isolar o local. Por medida de segurança contra incêndio, as janelas do hospital não podem ter grades.

De acordo com o diretor, Dionathan Celestrino chegou sem tomar qualquer medicação e assim permanece neste sábado. “Ele não está sedado, nem contido na cama”, reforça Lastória. O rapaz não apresenta nenhum problema físico e está sendo atendido por médicos psiquiatras. “É atendido pelo doutor Luiz Salvador, que é respeitabilíssimo”, enfatiza.

Agora, o corpo clínico vai analisar se, de fato, trata-se de um paciente psiquiátrico. Confirmado, Dionathan Celestrino será transferido para o setor de psiquiatria, localizado em anexo ao hospital. Como foi interditado judicialmente, o maníaco está sob responsabilidade do Estado, a quem cabe definir se ele poderá receber visitas.

A direção do hospital não permitiu imagens do andar em que o jovem está internado. Antônio Lastória lembra que o hospital já recebeu presos do presídio federal, que exigiram forte esquema de segurança.

“A gente sabe que é uma decisão desgastante, mais um agravante”, admite o diretor. Na Santa Casa, o clima vai de tensão à curiosidade em relação ao maníaco. Dionathan Cesletrino foi internado na Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã em 2008, quando ainda era menor de idade.

Conforme Lastória, maníaco passa por avaliação psiquiátrica.(Foto: Marcos Ermínio)
Conforme Lastória, maníaco passa por avaliação psiquiátrica.(Foto: Marcos Ermínio)

Em 2011, conforme o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), ele deveria ser posto em liberdade. Neste meio-tempo, veio a interdição e ordem para internação compulsória em hospital psiquiátrico. O governo não encontrou local que o recebesse e o maníaco permaneceu na Unei até março deste ano, quando fugiu.

Ele foi localizado no dia 29 de abril na cidade paraguaia de Horqueta. Extraditado, permaneceu numa delegacia de Ponta Porã até o dia primeiro de maio. Nesta data, após um incidente com disparo de arma de fogo na cela onde estava, veio para a 7ª delegacia de Campo Grande.

Três mortes- O primeiro a morrer foi o pedreiro Catalino Gardena, que era alcoólatra. O crime foi em 2 de julho de 2008. A segunda vítima foi a frentista homossexual Letícia Neves de Oliveira, encontrada morta em um túmulo de cemitério, no dia 24 de agosto.

A terceira e última vítima foi Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, encontrada morta seminua em uma obra, no dia 3 de outubro. Dionathan foi apreendido em 9 de outubro, seis dias após o último assassinato.

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