Juiz vai ouvir companheiro de cela de assassino de Mayara
Rafael da Silva Lemos conviveu com Robinho no Instituto Penal de Campo Grande, quando o suspeito namorava a vítima
A justiça vai ouvir em abril o ex companheiro de cela de Roberson Batista da Silva, o Robinho - assassino confesso de Mayara Fontoura Holsback. Rafael da Silva Lemos conviveu com o suspeito no Instituto Penal de Campo Grande quando ele ainda mantinha um relacionamento com a vítima, morta a golpes de tesoura em setembro do ano passado.
O pedido para que Rafael, conhecido como Gazela, fosse ouvido, partiu da própria defesa de Robinho. No documento, o advogado do réu pede a substituição de uma testemunha, que não foi localizado por ter mudado do Estado.
Em despacho, o juiz Aluízio Pereira dos Santos acatou o pedido e enviou a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) a solicitação de escolta para o dia 9 de abril, quando acontecerá a segunda audiência sobre o assassinato de Mayara, na 1ª Vara do Tribunal do Júri.
Rafael foi companheiro de cela de Robinho e chegou a manter um relacionamento com a irmã de Mayara. Segundo depoimentos, foi para ele que o suspeito enviou mensagens confessando o crime. “Gazela” também foi o responsável por avisar a família da vítima “que algo havia acontecido” com ela.
A audiência vai acontecer a partir das 13h40 do dia 9 de abril e testemunhas de defesa serão ouvidas pelo juiz, MPE (Ministério Público Estadual) e defesa. Ao fim dos depoimentos, Robinho deve ser chamado para contar sua versão sobre o crime.
No dia 7 deste mês, a família de Mayara - mãe, pai e irmãs, além de um amigo - foram ouvidas durante a primeira audiência sobre o caso. Robinho chegou a ser trazido ao fórum, mas não assistiu os depoimentos a pedido das testemunhas. Algemado e escoltado por policiais militares, ele foi novamente levado ao Instituto Penal.
O caso - No dia 15 de setembro do ano passado Mayara foi morta por Robinho a golpes de tesoura. O crime aconteceu na casa em que a jovem morava com o irmão, no Universitário, no dia em que o autor deixou a prisão.
Segundo a perícia, Mayara foi atingida por três golpes, todos no pescoço, todos fatais. Um na traqueia e outros dois na artéria carótida. Para a polícia o suspeito afirma que agiu em legítima defesa, mas não havia sinais de luta no local, nem sujidade, ou qualquer outra substância de baixo da unha da vítima que indique que a vítima reagiu.
Robinho ficou foragido por 51 dias, se apresentou na Deam no dia 6 de novembro e hoje cumpre pena no Instituto Penal de Campo Grande. Ele é indiciado por feminicídio com outras três qualificadores, motivo torpe, que dificultou a defesa da vítima e meio cruel.