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Capital

Júri de mulher baleada no lugar do marido absolve trio por homicídio

Dois dos réus foram condenados somente no crime de organização criminosa, por fazerem parte do PCC

Geisy Garnes | 24/11/2021 18:12
"Capetinha" durante depoimento no Tribunal do Júri nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)
"Capetinha" durante depoimento no Tribunal do Júri nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)

Os três homens levados a júri popular pela morte de Sônia Estela Flores dos Santos, de 22 anos, ferida a tiros no lugar do marido em abril do ano passado, foram absolvidos do crime nesta tarde. Por maioria dos votos, os jurados desconsideraram a participação do trio na execução, mas condenaram dois deles por envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Alisson dos Santos Ferreira, vulgo “Fusca”, Sidnei Jesus Rerostuk, o “Capetinha” e Crevan Silva dos Santos, o “Neguinho”, foram declarados inocentes da participação no atentado que terminou com a morte de Sônia. Ainda assim, o Conselho de Sentença considerou os dois últimos integrantes da facção paulista e votaram na condenação por organização criminosa.

Crevan foi sentenciado a seis anos de reclusão no regime semiaberto e 45 dias-multa. Já Sidnei foi condenado a seis anos e seis meses de reclusão, além de 52 dias-multa. De presente de aniversário, já que completa 27 anos nesta quarta-feira (24), Alisson teve a ficha limpa e recebeu a liberdade. Ele estava preso pelo homicídio desde o ano passado.

Outros três suspeitos do crime ainda serão julgados. Flávio Vinicius Ferreira da Silva, o “Destro PCC” e Kaio Humberto Gomes dos Santos, conhecido como “Diabólico”, recorreram da decisão que os mandou a júri e por isso o processo foi desmembrado. O último réu, Glyquison Mendes dos Santos, o “Kiko”, está foragido desde o crime.

Entenda – No dia 2 abril do ano passado, Sônia Estela foi ferida a tiros por engano, no Jardim Noroeste. Os disparos eram para o marido dela, Mateus Pompeu Dias. Ela estava no carro da família, um Chevrolet Celta, ao lado do marido e com a filha de 4 meses no colo, quando foi ferida pelos disparos feitos por homens em uma motocicleta.

Para a polícia, Flávio Vinicius, o “Destro PCC”, de dentro do sistema prisional de Mato Grosso do Sul deu a ordem para matar Mateus.

Sidnei e Alisson monitoraram o alvo e repassaram todas as informações para as lideranças da facção criminoso. No dia do crime, foi “Capetinha” que contou onde o casal estava minuto antes da execução.

Glyquison apontou o local exato das vítimas, onde os executores deveriam encontrá-las, pagou o combustível da moto usada por eles no crime e por fim deu guarida aos assassinos: Crevan e Kaio.

De moto, os dois perseguiram o carro da vítima, emparelharam e o passageiro sacou a arma e atirou. Foram dois disparos. Um deles pegou no rosto de Sônia, que estava no banco de passageiro. A filha mais velha da vítima, de 4 anos, estava no banco de trás. Desesperado, o marido da jovem arrancou com o carro e dirigiu até o Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande.

Foi na unidade prisional que pediu socorro. Enquanto um agente penitenciário acionava o Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), uma equipe decidiu escoltar a família até um hospital. Os socorristas encontraram o Celta no meio do caminho, na Avenida Ministro João Arinos, mas Sônia não resistiu.

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