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Capital

Justiça condena 18 réus de facção criminosa a mais de 100 anos de prisão

Ação do Gaeco buscou desarticular a atuação do Comando Vermelho no âmbito estadual

Por Gustavo Bonotto | 23/10/2024 20:45
Equipes da Rotam e do Gaeco em um dos locais onde mandado de prisão foi cumprido. (Foto: Arquivo/MPMS)
Equipes da Rotam e do Gaeco em um dos locais onde mandado de prisão foi cumprido. (Foto: Arquivo/MPMS)

A Justiça de Mato Grosso do Sul condenou, nesta quarta-feira (23), 18 réus em mais uma fase da Operação Bloodworm, ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que buscou desarticular a atuação do Comando Vermelho, no âmbito estadual.

Com penas que somam 115 anos e multas que podem chegar a R$ 45 mil, essa é a décima ação penal resultante das investigações iniciadas há um ano e meio. Segundo dados divulgados pelo MP (Ministério Público Estadual), os condenados foram punidos por crimes como organização criminosa, uso de arma de fogo e associação para o tráfico, com agravantes por atuar dentro de estabelecimentos prisionais.

Entre os outros sentenciados, cinco são advogados, que foram identificados como intermediários da facção criminosa, funcionando como “pombos-correios” para facilitar a comunicação entre os líderes encarcerados e seus comparsas.

Atualmente, 14 dos condenados estão presos preventivamente, enquanto dois permanecem foragidos, o que levou à suspensão dos processos relacionados a esses réus. Desde o início da operação, já foram julgadas 10 ações penais, com 79 condenações no total e 417 anos de penas aplicadas. Uma ação penal ainda está pendente de julgamento.

As investigações do Gaeco, que duraram 15 meses, revelaram que a facção carioca estava se estruturando no estado e utilizando a Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II como base para suas operações. O esquema envolvia a corrupção de policiais penais e advogados, permitindo a entrada de celulares nas prisões, o que resultou na coleta de provas sobre os crimes orquestrados de dentro das celas.

Com a comunicação externa estabelecida, os criminosos coordenavam crimes como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas. Eles também planejavam uma tentativa de dominar o crime aqui no Estado, por ser região estratégica para o mercado ilegal de drogas, armas e também "corredor de fuga de bandidos".

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