Operação contra facção criminosa tem 61 presos e condenações chegam a 302 anos
Comando Vermelho conseguiu "recrutar" até um policial penal da Gameleira 2
Cerca de um ano depois da Operação Bloodworm, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), 61 pessoas foram condenadas e as penas superam 300 anos de prisão. O foco foi desarticular a atuação da facção criminosa carioca Comando Vermelho, o CV, nos presídios de Mato Grosso do Sul.
RESUMO
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Um ano após a Operação Bloodworm, realizada pelo Gaeco, 16 pessoas foram condenadas a mais de 300 anos de prisão por envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho em Mato Grosso do Sul. Entre os condenados, estão quatro advogados que atuavam como intermediários para a facção. A maior pena foi de quase 11 anos para um policial penal, que facilitava a comunicação entre os líderes da organização dentro da penitenciária. A investigação revelou que a facção estava se expandindo no estado, utilizando a penitenciária como base para coordenar crimes como tráfico de drogas e comércio de armas, além de planejar a dominação do crime na região, estratégica para o mercado ilegal.
Segundo dados divulgados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), nesta quinta-feira (17), entre os sentenciados, quatro são advogados, que se utilizavam das prerrogativas profissionais para fazer o trabalho de “pombo-correio” dos faccionados, função apelidada de “gravata” no mundo do crime.
A maior condenação, de quase 11 anos, foi do policial penal Odair Pereira da Silva, de 48 anos. Ele era lotado na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira 2, conhecida como "Federalzinha", em Campo Grande, desde 26 de novembro de 2021.
Como divulgado pelo Campo Grande News no ano passado, Odair era conhecido pelos integrantes da organização criminosa como "Contador CV", porque além de ser policial penal desempenhava também, profissionalmente, a função de contador em escritório de contabilidade.
Investigação - O trabalho revelou que a facção do Rio de Janeiro estava se estruturando e expandindo suas operações no estado, utilizando a Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira 2 como base.
Mesmo com rígidas regras de segurança da unidade, a entrada de celulares para uso dos presos foi facilitada pela corrupção de policiais penais e advogados a serviço da máfia. Por meio dos aparelhos, as lideranças negativas se comunicavam, mesmo estando no cárcere.
Com a comunicação externa estabelecida, os criminosos coordenavam crimes como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas. Eles também planejavam uma tentativa de dominar o crime aqui no Estado, por ser região estratégica para o mercado ilegal de drogas, armas e também corredor de fuga de bandidos.
Foram nove ações penais julgadas, duas ações penais pendentes de julgamento, 61 pessoas condenadas, 302 anos, 4 meses e 7 dias de penas no total.
A maioria dos condenados foi enquadrada por integrar organização criminosa armada. Os outros crimes envolvem associação para o tráfico, tráfico de drogas, corrupção ativa e corrupção passiva, os dois últimos majorados pela infringência de dever funcional pelo servidor público corrompido.
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