Justiça nega pedido de prisão contra capoeirista investigado por estuprar alunos
Amigos e familiares de jovem que denunciou professor farão manifestação amanhã
A Vara da Infância e Juventude de Campo Grande negou pedido de prisão preventiva feito contra mestre de capoeira, denunciado por pelo menos quatro alunos em investigação de estupro de vulnerável. A solicitação para que o professor fosse preso foi feita pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), responsável pela apuração dos casos, no entanto, foi indeferida pela Justiça na semana passada.
As denúncias vieram à tona no ano passado, quando dois adolescentes de 14 e 16 e um jovem de 22, procuraram a Depca para relatar os abusos. A identidade do capoeirista não foi divulgada e o caso seguiu sob sigilo. Apesar dos depoimentos, o mestre de capoeira seguiu em liberdade.
Uma das vítimas do suspeito foi o jovem Raul Bartzik, de 18 anos, encontrado morto no dia 2 do mês passado sob uma ponte da reserva ambiental do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres). A principal suspeita é de que ela tenha tirado a própria vida.
Em 2020, Raul revelou que sofria abusos sexuais do professor e coordenou um protesto contra o instrutor ao lado de outros colegas. Após a morte do jovem, três outras vítimas denunciaram o investigado, que mais uma vez, se viu livre da prisão porque o Justiça entendeu que não foram apontados indícios que justificassem a prisão preventiva.
Amanhã (4), ato pacífico para cobrar Justiça e a prisão do capoeirista está marcado para acontecer às 14h, em frente ao Fórum da Capital, na Rua da Paz. A manifestação foi organizada por amigos e familiares de Raul.