Justiça nega prisão domiciliar e manda ex-vereador para cela especial
A Justiça negou prisão domiciliar ao ex-vereador Robson Martins, mas determinou transferência para uma sala ou cela especial. Ele está preso desde 16 de abril na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), em Campo Grande. Martins foi flagrado recebendo R$ 15 mil do então vereador Alceu Bueno. A extorsão tinha como pano de fundo rede de exploração sexual de adolescentes.
Conforma decisão do juiz da 7ª Vara Criminal, Marcelo Ivo de Oliveira, o local deve ser condizente com a sua condição de advogado e separada de outros presos. Martins também deve passar por avaliação médica e tratamento. A prisão especial é uma prerrogativa dos advogados. Além da defesa de Martins, a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) pediu à Justiça transferência do ex-parlamentar para sala de Estado Maior ou prisão domiciliar.
Robson e o empresário Luciano Roberto Pageu foram preso em flagrante pela equipe da DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) depois de o vereador Alceu Bueno denunciar extorsão. No dia 16 de abril, após conversarem na praça de alimentação do hipermercado Walmart, os três rumaram para o estacionamento. No carro de Alceu, Luciano pegou envelope com R$ 15 mil, distribuídos em 300 cédulas de R$ 50.
O enredo da “cobrança” era denúncia de sexo com adolescentes de 15 anos e pagamento de R$ 100 mil. Conforme inquérito policial anexado ao processo, Fabiano Viana Otero, preso no dia 26 de abril, teria induzido duas adolescentes a saírem com diversas pessoas, incluindo o vereador. O detalhe era de que uma micro-câmera deveria ser levada nos encontros.
Alceu Bueno disse já ter pago R$ 100 mil a dupla e o motivo foi de que uma cafetina teria vídeos de Alceu mantendo relações sexuais com as menores de idade. Porém, o vereador desconfiava que a cafetina fosse fictícia, ou seja, de que a chantagem era orquestrada por Robson e Luciano.
Com os escândalo, Alceu renunciou ao mandato na Câmara Municipal. A investigação também resultou no indiciamento do ex-deputado estadual Sérgio Assis por exploração sexual de adolescentes. Já Fabiano fez acordo de delação premiada para repassar novos nomes.
Nesta semana, a Justiça aceitou denúncia por exploração sexual, extorsão, corrupção de menores, tráfico de menor de idade para fins de exploração sexual, pose de material pornográfico de adolescentes, prática de sexo com menor em relação de prostituição e associação criminosa com participação de menores.