Ameaça de morte e falta de proteção policial marcam escândalo sexual
Segundo vereadora Carla Stephanini, meninas não foram recolhidas a um abrigo e correm risco
As conselheiras tutelares, que atenderam as adolescentes vítimas da exploração sexual de políticos, foram ameaçadas de morte. E as vítimas estão sem proteção policial, apesar do caso não estar encerrado e as novas investigações podem revelar o envolvimento de mais 10 políticos e autoridades da Capital.
Até o momento, a Polícia Civil indiciou cinco pessoas pela exploração sexual: o ex-vereador Alceu Bueno, o ex-deputado Sérgio Assis, o ex-vereador Robson Martins, o empresário Luciano Roberto Pageu e o cinegrafista Fabiano Viana Otero. Este último aceitou fazer delação premiada, na qual se comprometeu a denunciar e entregar provas contra mais 10 políticos.
Em meio a este escândalo, as adolescentes ficaram sem proteção policial, segundo a vereadora Carla Stephanini (PMDB). Ela cobrou acompanhamento piscológico e proteção policial para as meninas. Ela contou que as vítimas não foram acompanhadas para nenhum abrigo e estão expostas às ameaças.
"Estivemos com a secretária Municipal de Assistência Social, Janete Beline, que desenvolve a parte de política pública de assistência à criança e aos adolescentes. Conversamos no sentido para que a rede possa promover a proteção física, psicológica e moral das adolescentes envolvidas", relatou a peemedebista.
Uma das adolescentes envolvidas, de 15 anos, tem um bebê de nove meses e está com medo de retaliação. Nos bastidores, a informação é de que ela decidiu entregar o esquema após ser ameaçada de ficar sem o filho.
O caso veio a tona com a prisão do ex-vereador Robson Martins e do empresário Luciano Roberto Pageu, que foram flagrados recebendo R$ 15 mil de Bueno. Para evitar a divulgação dos vídeos, conforme a polícia, ele pagou R$ 100 mil aos acusados de extorsão.
Eles tinham gravados imagens de Bueno com duas adolescentes. Em um dos vídeos, uma das meninas afirma que tem 15 anos de idade.
Conforme o delegado Paulo Sérgio Lauretto, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Bueno e o ex-deputado Sérgio Assis foram indiciados por exploração sexual de adolescentes e podem ser condenados pela Justiça a pena de 4 a 10 anos de reclusão.
Após receber Delação premiada preso por exploração sexual de menores, Fabiano Viana Otero revelará os nomes dos outros dez políticos envolvidos no esquema durante a investigação. Como contrapartida, o preso tem benefícios, como redução da pena ou cumprimento em regime semiaberto.