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Capital

Ameaça de morte e falta de proteção policial marcam escândalo sexual

Segundo vereadora Carla Stephanini, meninas não foram recolhidas a um abrigo e correm risco

Juliana Brum e Edivaldo Bitencourt | 07/05/2015 09:43
Vereadora pede por proteção policial para as menores envolvidas no escândalo sexual
Vereadora pede por proteção policial para as menores envolvidas no escândalo sexual

As conselheiras tutelares, que atenderam as adolescentes vítimas da exploração sexual de políticos, foram ameaçadas de morte. E as vítimas estão sem proteção policial, apesar do caso não estar encerrado e as novas investigações podem revelar o envolvimento de mais 10 políticos e autoridades da Capital.

Até o momento, a Polícia Civil indiciou cinco pessoas pela exploração sexual: o ex-vereador Alceu Bueno, o ex-deputado Sérgio Assis, o ex-vereador Robson Martins, o empresário Luciano Roberto Pageu e o cinegrafista Fabiano Viana Otero. Este último aceitou fazer delação premiada, na qual se comprometeu a denunciar e entregar provas contra mais 10 políticos.

Em meio a este escândalo, as adolescentes ficaram sem proteção policial, segundo a vereadora Carla Stephanini (PMDB). Ela cobrou acompanhamento piscológico e proteção policial para as meninas. Ela contou que as vítimas não foram acompanhadas para nenhum abrigo e estão expostas às ameaças.

"Estivemos com a secretária Municipal de Assistência Social, Janete Beline, que desenvolve a parte de política pública de assistência à criança e aos adolescentes. Conversamos no sentido para que a rede possa promover a proteção física, psicológica e moral das adolescentes envolvidas", relatou a peemedebista.

Uma das adolescentes envolvidas, de 15 anos, tem um bebê de nove meses e está com medo de retaliação. Nos bastidores, a informação é de que ela decidiu entregar o esquema após ser ameaçada de ficar sem o filho. 

O caso veio a tona com a prisão do ex-vereador Robson Martins e do empresário Luciano Roberto Pageu, que foram flagrados recebendo R$ 15 mil de Bueno. Para evitar a divulgação dos vídeos, conforme a polícia, ele pagou R$ 100 mil aos acusados de extorsão.

Eles tinham gravados imagens de Bueno com duas adolescentes. Em um dos vídeos, uma das meninas afirma que tem 15 anos de idade.

Conforme o delegado Paulo Sérgio Lauretto, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Bueno e o ex-deputado Sérgio Assis foram indiciados por exploração sexual de adolescentes e podem ser condenados pela Justiça a pena de 4 a 10 anos de reclusão.

Após receber Delação premiada preso por exploração sexual de menores, Fabiano Viana Otero revelará os nomes dos outros dez políticos envolvidos no esquema durante a investigação. Como contrapartida, o preso tem benefícios, como redução da pena ou cumprimento em regime semiaberto.

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