“Pedrinho” partiu, mas transformou 7 vidas com transplante de órgãos
A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a captação de quatro órgãos e duas córneas hoje
A morte encefálica de Pedro Vasques Teslenco, de 25 anos, confirmada na quarta-feira (9), pode resultar na realização de até sete transplantes de órgãos. Ele era diagnosticado com autismo e morava com o avô, Élcio Aristimunha, em Campo Grande.
RESUMO
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A morte encefálica de Pedro Vasques Teslenco, de 25 anos, diagnosticado com autismo, foi confirmada em Campo Grande. A família autorizou a doação de seus órgãos, que podem beneficiar até sete pessoas. Uma equipe do Incor de São Paulo está na cidade para realizar a captação. Pedro, carinhosamente chamado de "Pedrinho", era apaixonado por música e vivia com o avô, que o descreve como amoroso. A legislação brasileira impede a divulgação de detalhes sobre doadores e receptores.
"Pedrinho", como era carinhosamente chamado, teve uma parada cardíaca de madrugada e permaneceu internado na Santa Casa até a constatação da morte encefálica pela equipe médica do hospital. Na tarde desta quinta-feira (10), o avô confirmou à reportagem que a família autorizou a doação de todos os órgãos.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, as normas do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, não permitem a divulgação da identidade de doadores ou receptores.
No entanto, a pasta informou ao Campo Grande News que nesta quinta-feira estão sendo captados quatro órgãos e duas córneas, distribuídos da seguinte forma:
Coração: captado por equipe do Incor (Instituto do Coração), será transplantado em São Paulo.
Fígado e rins: extraídos por equipe do Hospital Adventista do Pênfigo, em Campo Grande.
O fígado será transplantado na própria capital sul-mato-grossense.
Um dos rins será enviado para transplante em Minas Gerais.
O outro rim beneficiará paciente de Mato Grosso do Sul.
Córneas: captadas pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Santa Casa, também serão destinadas a pacientes do Estado.
"Todas as ações seguem os critérios legais e éticos previstos em lei e reiterou o compromisso com a transparência, dentro dos limites estabelecidos pela legislação vigente", disse a SES em trecho da nota.
Legislação proíbe divulgação de detalhes - A Lei nº 9.434/97, que regula a remoção de órgãos no Brasil, estabelece o sigilo das informações relativas a doadores e receptores, como forma de proteção à privacidade e à integridade das famílias envolvidas.
A Santa Casa também foi procurada, mas não pôde confirmar oficialmente os dados da doação, usando como justificativa, justamente, a lei.
Procurado, o Incor de São Paulo confirmou apenas que a equipe envolvida na captação pertence à instituição, sem detalhar os órgãos a serem coletados ou os pacientes beneficiados.
Pedro Vasques vivia sob os cuidados do avô, que descreve o neto como alguém amoroso e presente. “Ele não falava, mas sabia todas as músicas que eu tocava. Sempre me acompanhava nos treinos de viola. Agora ele vai poder jogar bola, falar, tocar viola. Lá no céu ele vai ser perfeito, declarou.
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