Justiça ouve pela 1ª vez acusados da morte de delegado e outras 21 testemunhas
A terceira rodada de audiências sobre o assassinato do delegado aposentado Paulo Magalhães, executado no dia 25 de junho na Rua Alagoas, em Campo Grande, está marcada para hoje (18) às 14h30 no Fórum da Capital. No entanto, os trabalhos estão com mais de 30 minutos de atraso. Estão previstos, pela primeira vez, os depoimentos dos réus – o guarda municipal José Moreira Freires, 40 anos, e o segurança Antônio Benites Cristaldo, 37, e outras 21 testemunhas de defesa.
O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, fará as primeiras inquirições com três testemunhas de defesa de Benites. Em seguida, outras 18 depõem a favor de Freires. Os dois acusados serão ouvidos em seguida, mas só podem prestar depoimento caso as 21 arroladas pelo juiz compareçam.
Antes do início da audiência, o advogado do guarda municipal, Renê Siufi, voltou a negar que o cliente tenha envolvimento no crime. Segundo ele, Freires tem um álibi e acredita que ao final dos trabalhos da Justiça, será provada a inocência. “Ele estava em outro local na noite do assassinato: trabalhava em uma casa particular. Meu cliente tem bons antecedentes e no final ficará tudo esclarecido”, aposta o advogado.
Já o advogado de Benites, Givanildo Heleno de Paula, usará a moto que o autor dos disparos pilotava para provar a inocência do cliente – uma CB 300 vermelha, conforme o inquérito policial. Ele alegará que o segurança tinha sofrido um acidente de trânsito e, no dia do assassinato, estava impedido de se locomover. “Ele sofreu um acidente de moto no dia 8 de junho e passou dois meses andando com muletas. Inclusive, no dia em que foi preso, estava com a perna machucada”, afirma.
Outro ponto abordado pelo advogado será a posse da moto usada no crime. “O delegado pediu a prisão do Antônio sem ter certeza de que a moto era dele. Além disso, as imagens das câmeras de monitoramento obtidas pela Polícia não mostram com clareza a moto usada, o próprio delegado admitiu isso”, conforme de Paula. O desentendimento acontece porque a CB 300 investigada pertenceu a vários proprietários antes de chegar a Benites. “Meu cliente tem bons antecedentes e registro em carteira desde os 16 anos”, acrescenta ao advogado ao apostar na absorção do segurança.