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Capital

Garras confirma que investigou policiais na morte de Paulo Magalhães

Aline dos Santos e Viviane Oliveira | 12/12/2013 10:51
Segundo delegado Alberto Rossi, denúncias são plantadas para tirar foco em investigação. (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo delegado Alberto Rossi, denúncias são plantadas para tirar foco em investigação. (Foto: Marcos Ermínio)

Dois policiais militares foram investigados pela execução do delegado aposentado Paulo Magalhães, ocorrida no dia 25 de junho, em Campo Grande. De acordo com o delegado do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), Alberto Vieira Rossi, foram averiguadas informações de que os autores seriam do setor de inteligência da PM (Polícia Militar) e a pistola seria de um preso.

Segundo Rossi, que participa de audiência na 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum da Capital, a denúncia foi investigada e o relatório encaminhado para a Corregedoria da Polícia Militar. Antes, também por denúncia anônima, foi apontado outro autor, informação que foi descartada. “Tem denúncias que são plantadas para tirar o foco da investigação”, afirma Rossi, que é delegado há 23 anos.

Segundo ele, a Polícia não chegou ao mandante do crime porque os presos - o guarda municipal José Moreira Freires, de 40 anos, e o segurança Antônio Benitez Cristaldo, de 37 anos – não colaboraram. O guarda é apontado como o pistoleiro e o segurança teria auxiliado na fuga. Denúncias também relacionam o nome de José Freires como pistoleiro do jogo do bicho.

Renê Siufi, advogado do guarda municipal, questionou ao delegado se ele tinha conhecimento de que Paulo Magalhães denunciou o titular da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), Wantuir Jacini, e por que a informação não estava nos autos.

Rossi respondeu que tinha conhecimento que o delegado aposentado denunciava promotores, juízes estaduais e “coisas que aconteciam no presídio federal”. Siufi também citou que Magalhães denunciou uma pessoa que identificou apenas como Luiz Tadeu. No entanto, o advogado não disse o teor das denúncias.

Na acusação, o promotor Humberto Lapa Ferri questionou ao delegado sobre a violência na morte de Rafael Leonardo dos Santos, de 29 anos, apontado como terceiro envolvido no crime. O corpo dele foi encontrado sem cabeças, braços e pernas próximo ao lixão, na saída para Sidrolândia. A identificação foi feita por exame de DNA.

“Foi intimidativo, ideia de passar um recado”, afirma Rossi. A acusação também conta com um promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Marcos Roberto Dietz, e assistente contratado pela família do delegado morto. Um representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanha a audiência.

Patrimônio – O delegado Alberto Rossi reforçou que José Moreira Freires morava em uma casa de alto padrão, avaliada em R$ 400 mil. A renda de guarda municipal é de R$ 1 mil. O imóvel fica localizado nas proximidades da avenida Três Barras. O assassinato de Paulo Magalhães teria custado R$ 500 mil.

Com atraso de 45 minutos e pedido de cancelamento, a Justiça realiza nesta quinta-feira a segunda rodada de audiências sobre a execução do delegado aposentado . Hoje, a audiência, que vai ouvir 12 pessoas, começou com o depoimento de uma mulher que dividiu casa por três semanas com Rafael.

A testemunha, que pediu para não ter o nome divulgado, relatou que não tinha relacionamento amoroso com o jovem e que moravam juntos para dividir despesa.

O delegado aposentado e professor universitário Paulo Magalhães Araújo, 57 anos, foi atingido por disparos de pistola 9 milímetros, de uso restrito do Exército. Ele estava em frente à escola da filha, na rua Alagoas, quando foi executado.

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