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Capital

Labrador baleado por policial civil durante confusão em praça tem quadro estável

caso aconteceu em uma praça, na Rua Travessa dos Eletricistas, no Bairro Arnaldo Estevão Figueiredo, em Campo Grande

Viviane Oliveira e Bruna Kaspary | 16/04/2018 12:00
Thor continua internado e se recupera do tiro que o atingiu nas costas (Foto: Direto das Ruas)
Thor continua internado e se recupera do tiro que o atingiu nas costas (Foto: Direto das Ruas)

Thor, cachorro da raça labrador, baleado nas costas por um policial civil, na tarde de ontem (15), continua internado, passou por raio-x e o estado de saúde dele é considerado estável. O caso aconteceu na praça que fica na Rua Travessa dos Eletricistas, no Bairro Arnaldo Estevão Figueiredo, em Campo Grande.

A família do cachorro ferido tentou registrar, nesta manhã (16), boletim de ocorrência por maus-tratos na Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista), mas foi orientada a ir até o 4º DP, que fica nas Moreninhas, onde o fato é investigado.

O delegado Marco Antonio Balsanini explicou que o policial envolvido registrou boletim de ocorrência e o inquérito já foi instaurado pela delegacia da área. “Tem que avaliar como um todo. Não houve um ato que foi consequência do outro. Foi uma situação global. Tem que avaliar dessa forma. Se registrasse aqui, entraria na esfera de investigação de outro delegado”. O nome do policial não foi informado e o boletim de ocorrência está em segredo.

Caso - O funcionário público Francisco José da Silva, 66 anos, dono do cachorro ferido, contou que há 8 meses houve confusão envolvendo o labrador e o bul terrier, que pertence ao policial civil - morador da região. “Ele já tinha ameaçado atirar no Thor. Ontem, o policial aproveitou a situação para cumprir o que havia prometido”, lamenta.

Momento em que Thor chegou na clínica (Foto: Direto das Ruas)
Momento em que Thor chegou na clínica (Foto: Direto das Ruas)

Segundo o funcionário público, o cachorro estava brincando com as crianças e escapou indo para rua. O policial passeava com o bul terrier, quando sacou a arma e atirou no labrador. José Garante que os cachorros não chegaram a brigar. “Nós somos muito amigos da família do policial. Ontem, ele aproveitou que os pais dele não estavam em casa para cumprir a promessa”, lamenta.

A cozinheira Eleonir Martins Figueira, 57 anos, esposa de Francisco, afirma que tanto o labrador quanto o cachorro do policial são mansos, mas não podem se encontrar que se estranham. “Houve uma briga há um tempo, mas ontem não chegou a acontecer nada para ele atirar.

Após a confusão, conforme relatos da família, o policial recolheu o projétil deflagrado, foi para a casa e depois à delegacia registar o caso. “Trocaria a minha vida pela vida do meu cachorro”, afirma Francisco. O labrador foi internado em uma clinica veterinária, que fica na Avenida Afonso Pena.

No boletim de ocorrência feito pelo policial, ele afirma que o cão escapou de uma casa. Segundo o delegado que fez o registro ontem, Hoffman D´Ávilla, a situação seria recorrente. De acordo com o delegado, foi feito teste de alcoolemia, que deu negativo. De acordo com ele, isso comprovaria que o o policial agiu sobre a "legalidade do estado de necessidade”.

O Campo Grande News entrou em contato com a Polícia Civil para saber se será aberto procedimento para investigar a conduta do policial, mas não houve retorno até o fechamento deste texto. De acordo com o delegado Hoffman D'avilla, que registrou o caso, a família do labrador pode responder por omissão de cautela por ter deixado o animal escapar. Ele disse ainda que o policial contou que disparou para o chão para proteger o seu cachorro, mas o tiro acertou o labrador. O nome do policial civil não foi divulgado pela polícia. 

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