Levada para Corumbá, mãe que matou bebê disse que tentou respiração boca a boca
A jovem foi presa em flagrante na noite da última terça-feira (22) ao levar a filha, já morta, para a UPA
Quatro dias após matar a filha de cinco meses afogada, Gabrieli Paes da Silva, de 21 anos, foi levada por medida de segurança para o Estabelecimento Penal Feminino Carlos Alberto Jonas Giordana de Corumbá, distante 419 quilômetros de Campo Grande, na sexta-feira (25). No depoimento sobre o caso, ela disse que antes de a filha perder os sentidos ainda tentou fazer respiração boca a boca.
A jovem foi presa em flagrante na noite da última terça-feira (22) ao levar a filha, já morta, para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon, por volta das 22h, com marcas de estupro. No dia seguinte, a jovem passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada.
À polícia, Gabrieli contou que além da bebê, tem mais dois filhos, dois deles viviam com a avó numa chácara. Ela morava sozinha com a filha, numa casa aluganda, na Vila Bandeirantes. Ao ser questionado porque o ânus da criança estava dilacerado e o hímen rompido, a interrogada disse que quando a criança ainda tinha 3 meses, ela levou a filha ao médico, na UBS (Unidade Básica de Saúde) Dona Neta, no Bairro Guanandi.
Na ocasião, foi orientada pelo profissional de saúde a passar uma pomada no canal vaginal da menina, que era fechado. Como não tinha condições de comprar a pomada, fez uso de palito de dente para abrir. Relatou que fez isso somente uma vez.
No dia do crime, contou, amamentou a bebê, que estava calma, mas mesmo assim decidiu matá-la. Ela, então, colocou a cabeça da menina no buraco da parede de onde saía água forte (espécie de bica usada como chuveiro) e a matou afogada. Quando a vítima perdeu os sentidos, segundo depoimento da jovem à polícia, ainda tentou fazer respiração boca a boca, mas não adiantou.
Na sequência, se deitou com a menina na esperança de que ela acordasse, o que não ocorreu. Ela então decidiu sair com a filha no carrinho para encontrar uma amiga, foi quando a irmã dela notou que Melany estava morta. Mãe e filha foram levadas para a UPA Leblon, onde o óbito foi constatado. A criança foi sepultada no sábado (dia 26), no cemitério público São Sebastião, conhecido como Cruzeiro.
Chip da besta - Gabrieli contou que matou a filha porque ela estava com o chip da besta na cabeça. Sabia disso, porque viu o sinal da cruz no bairro Guanandi quando a menina ainda tinha 2 meses. Episódio que teria acontecido, conforme depoimento dela à polícia, quando a menina tomou vacina na maternidade, momento em que o chip foi implantado.
Para a delegada Eliane Benicasa, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, a história é uma tentativa de mostrar insanidade. "Ela sugere que tenha problema psiquiátrico, mas eu acredito que não. Ela tem lucidez sobre o que fez. Em algum momento que eu tentei que ela me contasse se teria acontecido algo a mais, ela chegou a se emocionar, mas depois se calou e não quis falar mais nada", disse a autoridade policial.
