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Capital

Lixo e mato tomam conta de bairro e avançam até sobre posto de saúde

Zana Zaidan e Mariana Lopes | 24/01/2014 19:40
Terreno vizinho da UBSF é dominado por mau cheiro, lixo e usuários de drogas (Foto: Cleber Gellio)
Terreno vizinho da UBSF é dominado por mau cheiro, lixo e usuários de drogas (Foto: Cleber Gellio)

Bem ao lado do posto de saúde do bairro Jardim Antártica, um terreno abandonado está tomado pelo lixo e mau cheiro. O mato é tão alto que até o corpo de um homem enforcado foi encontrado por moradores da região, além de impedir a passagem em parte da rua. Por lá, dá para encontrar de tudo, desde usuários de drogas que usam o local como esconderijo, até animais mortos, pneus, móveis e eletrônicos descartados indiscriminadamente pela população.

Na esquina da rua Tenente Antônio João Ribeiro com a Litorânea, o terreno de aproximadamente 140 m² é de responsabilidade da prefeitura de Campo Grande. A única parte limpa é uma área de comodato, ocupada por uma horta particular plantada há dez anos por um dos moradores.

A solução para separar a horta (orgânica, frisa um dos proprietários) do lixo foi colocar uma cerca por conta própria. “Junto com a minha família, limpo muito bem. É de onde tiro meu sustento, então preciso cuidar, fora que meus filhos também moram aqui, então tenho que fazer a minha parte”, acredita Abimael Vital dos Santos, 31 anos.

Depois de desistir de esperar pela prefeitura, Abimael organiza vaquinha com os vizinhos para pagar limpeza (Foto: Cleber Gellio)
Depois de desistir de esperar pela prefeitura, Abimael organiza vaquinha com os vizinhos para pagar limpeza (Foto: Cleber Gellio)

O pouco de mato que cerca a horta, explica dos Santos, não é capinado propositalmente. “As pessoas destroem a cerca da horta, então, deixo um pouco de mato para evitar que roubem as verduras, como uma cerca viva”, acrescenta, ao mostrar que, no momento, a divisória é refeita.

O horticultor é um dos que mobiliza moradores do bairro para que seja organizada uma “vaquinha” que pague a limpeza do terreno. “Porque está difícil esperar da prefeitura”, justifica.

O carpinteiro Antônio Arruda, 47 anos, vizinho da área há um, conta que, além do lixo, o que incomoda a vizinhança é a presença constante de usuários de drogas. “Não tem hora. Seja durante o dia, seja a noite,eles se escondem lá e usam drogas”, relata.

Morador conta que projeto para construir escola no terreno nunca saiu do papel (Foto: Cleber Gellio)
Morador conta que projeto para construir escola no terreno nunca saiu do papel (Foto: Cleber Gellio)

O aposentado Ademir Fonseca, 62 anos, afirma que a promessa de construção de uma escola e praça no local há 15 anos não sai do papel. “O projeto existe,e há tempos cobramos do poder público. Agora, para o Bernal nem adianta pedir, porque ele não atende a gente. Se não fosse a horta, a sujeira estaria muito pior”, acredita.

Na UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) Jardim Antártica, nenhum funcionário quis se pronunciar, mas os vizinhos garantem que o terreno é alvo constante de reclamações pelos profissionais que atendem no posto.

Lixo e mato tomam conta de bairro e avançam até sobre posto de saúde
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