Mãe de bebê sequestrado ficou viúva há 5 meses e agora perdeu emprego
Bebê de 7 meses foi raptado na última sexta-feira (24) e Justiça converteu prisão de suspeita para preventiva
A jovem de 27 anos que viveu o drama de ter o filho de 7 meses raptado em Campo Grande, na semana passada, chegou a acreditar que poderia curtir um pouco o alívio de ter novamente o bebê a salvo nos braços. Porém, no sábado (25), dia seguinte ao sequestro, ela recebeu a notícia que voltou a tirar seu sono: foi demitida. É o terceiro 'capítulo' triste na vida dela em menos de 5 meses.
Na sequência do sequestro do filho, ela não quis falar. Depois de mais essa notícia triste, decidiu receber o Campo Grande News, com a condição de não ter a identificação divulgada. Na entrevista, disse que estava no período de experiência em uma loja de roupas, do bairro Taveirópolis e toda exposição pelo roubo do filho dela assustou a proprietária do estabelecimento.
“Ela [Kaira Fernanda Soares, de 21 anos] não roubou somente meu filho, ela roubou o meu emprego também. Muita gente foi me procurar lá na loja e a dona disse que eu podia colocar em risco as outras funcionárias por isso me mandou embora”, desabafa.
A jovem diz que está desesperada a procura de emprego, pois mesmo inconformada com a demissão ela tem o bebê e mais três filhas para sustentar. “Meu marido, que é pai do bebê foi assassinado. Ele ajudava muito até com as meninas que não são filhas dele. O trabalho que perdi colocava comida na mesa”, conta.
Ela divide uma casa alugada de três cômodos, no bairro Belo Horizonte, com a irmã que também tem uma filha. Até arrumar um emprego, a jovem abrirá um brechó na frente do casebre. “O pessoal da igreja doou roupas ao saber da minha situação. To preocupada porque as pessoas pagam pouco por roupas usadas né”, diz.
Sequestro - A mãe diz que não gosta de lembrar do sequestro do filho. Ela apenas espera que a suspeita permaneça presa. “Estava trabalhando quando minha irmã foi na loja e disse que tinham levado meu filho. Sai desesperada, chorando. Não sabia por onde começar a procurar meu filho porque não tenho nem uma bicicleta”, lamenta.
A jovem diz conhecer de vista a mulher que levou o bebê dela. “Nunca fomos amigas. Só crescemos juntas no mesmo bairro”, detalha.
Investigação - Conforme a delegada Marília de Brito Martins, da Depca (Delegacia Especializada de Atendimento a Criança e Juventude), Kaira também é suspeita de tentar roubar outro bebê. Usuária de droga e com quadro psiquiátrico devido a perda recente do filho ainda na gestação, a suspeita teve a prisão temporária convertida em preventiva na segunda-feira (27).
Ajuda – A mulher pediu ajuda para conseguir emprego ou mesmo qualquer alimento. “Não quero nada de graça. Eu quero trabalhar”, afirma.
Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelos números: (67) 99113-2511 e (67) 992937028.
*Matéria editada às 12h40 para correções de informações.