Mãe de vítima de homofobia em drive-thru relata "dor imensa" por ofensa ao filho
Mulher recusa vacinação "de viado" em fila de drive: "Ela mexeu com alguém que tem mãe", diz Tânia
Foi com “dor imensa”, que a professora aposentada Tânia Mara dos Santos Lima, 55 anos, viu o filho acordar hoje, triste e abatido com o que aconteceu no sábado (21), quando participava da campanha de vacinação no Albano Franco.
O cirurgião dentista Gustavo Lima, 27 anos, relatou nas redes sociais ter sido vítima de homofobia. Na fila do drive-thru, uma mulher apontava para ele e dizia que não queria que a filha fosse imunizada “por esse tipo de gente, um viado”. Depois disso, a mulher saiu da fila.
“Ela se esqueceu que mexeu com alguém que tem a mãe”, disse a professora, indignada com a situação. “É um momento muito delicado, nunca passamos por isso, não podemos deixar o crime permanecer”.
Gustavo faz residência multiprofissional em saúde da família e, aos finais de semana, faz parte da equipe de vacinação contra covid no drive-thru do Albano Franco. “Essa mulher, que é mãe, apontou o dedo para ele, sem conhecer a pessoa, o profissional, e se negou a deixar que a filha fosse vacinada pelo meu filho”. Tânia fala da trajetória do filho, que sempre fez muito esforço para estudar e hoje faz especialização. No dia 1º de maio, se recorda que foi imunizada contra covid por ele, momento de felicidade para mãe e filho.
Tânia disse que o filho já foi alvo de “brincadeiras e piadinhas”, mas sempre conseguiu lidar com a situação, mas, desta vez, o episódio o abalou. Ela conta que toda a equipe se solidarizou com Gustavo. “Todo mundo ficou abalado e ele está recebendo ligações a toda hora, de gente dando apoio”, contou.
Agora, ela e o filho aguardam as imagens do local que possam identificar o carro. Nas redes sociais, Gustavo relatou que ela estava em Corolla branco. Como ela saiu da fila, a equipe irá verificar se ela foi para outro box para imunização.
Hoje, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) divulgou nota de repúdio contra “todo e qualquer tipo de preconceito”, se solidarizando com o profissional e afirmou que dará todo suporte a ele.
“É preciso identificar, é muito triste ver isso acontecendo”, disse Tânia.