Mãe faz alerta sobre reação forte a medicamento usado contra a gripe
A mãe de uma criança que ficou vários dias internada após ser tratada com o remédio oseltamivir, comercialmente chamado Tamiflu, usado no combate à gripe H1N1, relata momentos de aflição. Adriane França Brandão, 38 anos, que mora em Campo Grande, faz um alerta sobre a importância de acompanhar atentamente o quadro e as reações. “É um remédio muito perigoso. Quase perdi meu filho”.
Eduardo, que completou seis anos há pouco, passou vários dias internado, com vômitos e evacuando sangue, segundo relata a mãe, depois de começar a ser medicado contra gripe. Adriane conta que no dia 16 de abril levou a criança ao posto de saúde do Nova Bahia após uma noite de febre, diarréia e tosse.
O menino foi encaminhado à unidade de saúde do Coronel Antonino para raio-X, que não apontou comprometimento no pulmão. Mas, diante dos sintomas que podiam ser da gripe, o médico prescreveu o oseltamivir.
Ela conta que as reações ao medicamento foram praticamente imediatas, com fortes dores abdominais e infecção intestinal. No dia seguinte, ela retornou ao posto com a criança e recebeu prescrição de medicamentos para a infecção intestinal, mas, por orientação médica, deu continuidade ao tratamento com remédio para gripe.
As reações pioraram e a criança ficou em observação na unidade de saúde e depois foi transferida para a Santa Casa, onde permaneceu na internação por 3 dias. “No fim, ele só tinha uma virose”, diz a mãe.
O oseltamivir, que inclusive está em falta na rede pública, é o principal medicamento usado para combater o vírus H1N1. A preconização é que seja administrado nas primeiras 48 horas de evolução dos sintomas, para reverter o quadro da doença.
O médico Marcelo Santana, diretor do Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), explica que o Tamiflu é “importantíssimo” quando indicado para o tratamento, mas precisa ser criteriosamente prescrevido. Pode ser usado, inclusive, na profilaxia para pessoas que tiveram contato com o vírus.
Marcelo lembra que os efeitos colaterais existem, especialmente ânsia e dor de cabeça, mas em caso de acometimento por virose, os problemas gastrointestinais também podem ser decorrentes da ação do vírus no trato intestinal.
“O mais importante é que as pessoas adotem medidas de prevenção, lavem constantemente as mãos, evitem lugares aglomerados e reforcem o sistema imunológico com atividades físicas, boa alimentação e hidratação. Na maioria dos casos em que as pessoas entram em contato com o vírus o próprio organismo resolve, com exceção destas cepas mais agressivas”.