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Capital

Maldade: moradores denunciam matança de animais de estimação

Desde dezembro do ano passado, segundo a vizinhança em uma travessa do São Francisco, pelo menos seis cães morreram por terem passado mal, sendo dois entre 7 e 10 de julho

Gabriel Neris e Liniker Ribeiro | 25/07/2018 17:35
Gato observa movimento dentro de residência em travessa do bairro São Francisco (Foto: Fernando Antunes)
Gato observa movimento dentro de residência em travessa do bairro São Francisco (Foto: Fernando Antunes)

As mortes recentes de cães e gatos na travessa Araguaia, no bairro São Francisco – região central de Campo Grande – tem chamado a atenção de quem convive no local. A suspeita é de que os animais tenham sido envenenados.

Os moradores apontam que desde dezembro do ano passado pelo menos seis cães morreram por terem passado mal, sendo dois entre 7 e 10 de julho, mas não souberam precisar o número de gatos vítimas de maus-tratos.

A professora Elineia Cardoso conta que presenteou a mãe, de 84 anos, com uma cadela vira-lata. O animal acompanhava sempre a idosa. Um dia a dona senhora não percebeu que a cadela havia escapado, porém ela retornou, como era de praxe. Elineia disse que até percebeu o olho do animal brilhando, mas não imaginava se tratar de envenenamento e foi embora. Quando chegou em casa recebeu ligação do irmão avisando que o animal estava em situação delicada e morreu.

“Para nós ela era tudo, como se fosse da família. Além disso não incomodava ninguém”, comenta. A professora disse que a família não tinha animal exatamente para não se apegar. Eles tiveram outros dois animais que viveram entre 14 e 16 anos. “Não esperava esse final. A casa está um silêncio. Agora não posso ter outro animal”, lamenta, com medo de que aconteça novamente com outro cão.

A dona de casa Ramona Lacerda, de 71 anos, conta que mora na região há 48 anos. Segundo ela, em dezembro dois cães do mesmo proprietário foram mortos supostamente por envenenamento. Na semana passada, a cadela da senhora teria escapado no meio da tarde. Por volta das 18h, o animal começou a espumar pela bolca, com o olho saltado e língua roxa. O animal conseguiu fugir pelo portão e não resistiu.

“Não tenho dúvidas de que são pessoas jogando iscas e os animais estão comendo. Essas pessoas precisam entender que os animais também têm o direito a vida”, conta.

A cadelinha, de 2 anos, era o xodó das netas de 11 e 14 anos que moram nos Estados Unidos e estão passando férias na Capital. Luna Stojkowy, a mais nova, conta que não acreditou quando ficou sabendo da nítica. “Era como uma filha”. A mais velha, Taila Lacerda, classificou o ato como uma “tragédia. A gente se apega ao animal e é difícil quando acontece isso”.

Moradores estão se organizando para tentar conscientizar quem mora na região. Cartas esão sendo produzidas para serem entregues no sábado. Também pretendem fazer uma reunião com o apoio de voluntários de ONGs.

O titular da Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista), Marco Antonio Balsanini, pede que em casos de suspeitas a população procure a polícia para registrar boletim de ocorrência.

Lei federal prevê detenção de 3 meses a 1 ano de detenção e multa para quem praticar ato abusivo, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. A pena é aumentada de um sexto a um terço em caso de morte do animal.

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